Artigo Acesso aberto

“Quando não assiste nela o Conde de Vila Franca”: os governadores da ilha de São Miguel (Açores) nos séculos XVII e XVIII

2021; Volume: 32; Issue: 3 Linguagem: Português

10.47456/e-2021320301

ISSN

1980-0096

Autores

José Damião Rodrigues,

Tópico(s)

Travel Writing and Literature

Resumo

Apesar da sua dimensão, ou precisamente por isso e pelo facto de se configurarem como territórios espacialmente bem circunscritos, tendo em consideração as dinâmicas políticas e imperiais dos séculos XVI-XVIII, por um lado, e a função da “economia da graça” nas relações entre monarquia e vassalos, por outro, consideramos que os espaços insulares podem funcionar como um bom estudo de caso quer para a análise da composição sociológica das elites locais e do funcionamento das redes familiares e relações inter-pessoais, quer para a das relações entre o centro político (a coroa) e os poderes locais (senhoriais ou municipais). Assim, tomando como escala de observação o universo insular dos Açores e na continuação de investigações anteriores e de projectos em curso, no quadro de um modelo político e social de Antigo Regime, pretendemos aqui apresentar um caso menos conhecido, mas nem por isso menos interessante, o dos governadores da ilha de São Miguel, cuja nomeação constituiu um privilégio dos capitães e senhores da ilha de São Miguel nos séculos XVII e XVIII. Com base numa análise que articula a metodologia prosopográfica e as histórias de vida, este estudo de caso revela qual o lugar que este cargo ocupava num cursus honorum que, no caso dos militares, os conduziria depois a postos de maior importância e projecção no contexto do império português.

Referência(s)