Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

UMA LEITURA DE A MAÇÃ NO ESCURO, O LIVRO DE/SOBRE MARTIM

2021; Universidade Estadual do Suodeste da Bahia; Volume: 13; Issue: 1 Linguagem: Português

10.22481/folio.v13i1.7281

ISSN

2176-4182

Autores

Guido Vieira Arosa, João Camillo Penna,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

A maçã no escuro (1961) fala sobre Martim, em fuga por um crime cometido que o leitor desconhece. E que ao encontrar uma fazenda, vê a oportunidade de se esconder da polícia trabalhando para e se relacionando afetivamente com duas mulheres, Ermelinda e Vitória. No entanto, apesar da certeza do crime e da constante iminência de sua denúncia, o leitor vem tarde a ter conhecimento do que de fato ocorreu: é apenas ao fim do livro quando Vitória denuncia às autoridades que Martim é um criminoso em fuga que seu ato é revelado-confessado: o assassinato de sua esposa. No entanto, Martim é surpreendido pela notícia de que o crime não foi bem-sucedido e que sua mulher sobreviveu. A sobrevivência da suposta vítima colocaria em xeque o estatuto de crime do ato?, o esvaziaria?, e, portanto, desestabilizaria a lógica de fuga e culpa do assassino?, do assassino agora em potencial, do criminoso de um crime que não ocorreu até o fim, de um crime que portanto não haveria ocorrido? O criminoso de um crime não cometido ou, retomando o conto “O crime do professor de matemática” (1960), te matei porque eras a possibilidade constante do crime que eu nunca tinha cometido?

Referência(s)
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