Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Notas histórico-filológicas sobre a "autogeração" em Kant

2016; Sociedade Kant Brasileira; Volume: 14; Issue: 20 Linguagem: Português

10.5380/sk.v14i20.89101

ISSN

2317-7462

Autores

Ubirajara Rancan de Azevedo Marques,

Tópico(s)

Kantian Philosophy and Modern Interpretations

Resumo

Vocábulo presente nas edições "A" e "B" da Kritik der reinen Vernunft, "Selbstgebärung" [autogeração] nelas limita-se a uma só e mesma ocorrência. Não tendo surgido, assim parece, em nenhum outro texto dos "Gesammelte Schriften" do filósofo, dele-mesmo sem restrição ao campo filosófico-nenhuma referência por ora tampouco encontrei que antecedesse seu aparecimento na primeira Crítica. Na verdade, afora dois registros seus ainda durante o período de vida de Kant-em passos de obras de Tieftrunk e Jacobi, ambas atinentes a Razão Pura-, só tornei a deparar-me com ela a partir de 1845. Dessarte, presumo esse vocábulo seja um neologismo construído pelo filósofo, o qual, do ponto de vista histórico, poderá ter resultado da condensação de dois termos-justamente "selbst" e "Gebärung" -cuja mútua proximidade encontrava-se há muito assentada, sobretudo em campo místico-teosófico. Em tal caso, fundindo-os e retirando-lhes esse alcance primevo, Kant teria dotado a nova palavra duma versão secularizada, especulativo-embriológica. No decurso do presente estudo, cuja exegese é caracteristicamente histórico-filológica, serão examinados os seguintes pontos: [I] uma possível origem místico-teosófica da expressão em pauta; [II] dificuldades filológicas referentes a compreensão de "Selbstgebärung" como "epigênese", "geração espontânea", "partenogênese" e "parto espontâneo"; [III] elementos atinentes ao alcance duma "autogeração" do entendimento e da razão. A esses pontos seguir-se-á uma pequena sinopse a guisa de conclusão.

Referência(s)
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