
Lugares-comuns e decoro interno na invenção melódica segundo Johann Mattheson (1739)
2021; Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Música; Volume: 27; Issue: 3 Linguagem: Português
10.20504/opus2021c2720
ISSN1517-7017
AutoresMônica Lucas, Stéfano Paschoal,
Tópico(s)Music Technology and Sound Studies
ResumoA invenção melódica mostra-se como um tema instigante e capaz de suscitar as mais variadas discussões, pois lida diretamente com o aspecto primordial da composição musical. Épocas diversas possuem respostas também diversas para o processo criativo que dá origem aos temas melódicos. Neste artigo, afastandonos da tradição do gênio e da inspiração difundida principalmente no Romantismo, debruçamo-nos sobre a teoria da invenção melódica apresentada por Johann Mattheson em sua obra Der vollkommene Capellmeister [“O mestre de capela perfeito”, 1739]. O capítulo 4 da segunda parte do livro, intitulado “Sobre a invenção melódica”, busca, com expedientes da Retórica e da Dialética, elementos para explicar a invenção melódica. Compõem o rol desses elementos os lugares-comuns, ou loci communes, que são, segundo M.T. Cícero, as sedes argumentorum, ou “fontes dos argumentos”. A teoria dos lugares-comuns apresentada em Mattheson está em consonância com aquela apresentada na obra Curieuse Fragen über die Logica [“Questões curiosas sobre a Lógica”, 1696], de Christian Weise. Por questões de delimitação, serão apresentados e discutidos neste artigo, ao lado de um excurso sobre o decoro (aptum), apenas os lugares-comuns derivados do decoro interno na teoria da invenção musical. No sentido de esclarecer o texto de Mattheson, a presente discussão é acompanhada de exemplos musicais, ausentes no texto original.
Referência(s)