Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Geoquímica Orgânica de Folhelhos da Formação Pojuca, Bacia do Recôncavo, Brasil

2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 44; Linguagem: Português

10.11137/1982-3908_2021_44_40847

ISSN

1982-3908

Autores

Flávia Lima e Cima Miranda, José Roberto Cerqueira, Diego Nery do Amaral, Neila Caldas Abreu, Vitória Costa Meirelles Góes, Ayana Souza da Silva, Rodolfo Dino, Luzia Antonioli, Antônio Fernando de Souza Queiroz, Luiz Carlos Lobato dos Santos, Karina Santos Garcia,

Tópico(s)

Geochemistry and Geologic Mapping

Resumo

A bacia sedimentar do Recôncavo, localizada no estado da Bahia, desde a descoberta de petróleo, no final dos anos 30 em Lobato, tem sido intensamente explorada. Atualmente, após 80 anos de exploração ininterrupta é considerada como uma bacia madura. Contudo, ainda é objeto de pesquisas exploratórias e de estudos de cunho acadêmico. Constitui parte integrante do sistema de riftes intracontinentais Recôncavo-Tucano-Jatobá, e seus sistemas petrolíferos possuem em comum a Formação Candeias como rocha geradora principal, depositada na sequência sin-rifte, de idade eocretácea (Berriasiano). Entretanto, avalia-se que a Bacia do Recôncavo é portadora de outros níveis de folhelhos com potencial gerador de hidrocarbonetos; sendo que a própria ANP considera que a Formação Pojuca também apresenta alto potencial gerador, ponderando que a mesma ocorre, em boa parte da bacia, fora da janela de geração. Assim, este trabalho objetiva avaliar a potencialidade para geração de hidrocarbonetos, o estágio de maturação térmica, e o paleoambiente deposicional dos folhelhos da Formação Pojuca, depositadas também na fase sin-rifte, porém de idade relativamente mais jovem (Hauteriviano-Barremiano) que a Formação Candeias. Foram coletadas 48 amostras de folhelhos de um testemunho cortado pelo poço 9-FBA-79-BA, próximo à cidade de Aramari, no estado da Bahia. Os teores de carbono orgânico total (COT) variaram de 1,24 a 4,85 % e os resultados da pirólise Rock-Eval indicam querogênio predominantemente dos tipos I/II, potencial gerador de hidrocarbonetos (S2) variando de pobre a excelente (1,26 a 26,56 mg HC/g rocha), baixa a boa concentração de hidrocarbonetos livres (S1) e temperatura máxima (Tmax) da pirólise Rock-Eval que sugere imaturidade termal das amostras (<440 o C). Através da análise de isótopos estáveis de carbono (-33,83‰ a -21,54‰), foi possível inferir que o paleoambiente deposicional da Formação Pojuca foi lacustre com variações na salinidade da água.

Referência(s)