Uso de terapias complementares para alívio da dor no trabalho de parto em uma maternidade pública: um estudo descritivo

2021; Linguagem: Português

10.5327/jbg-0368-1416-20211311216

ISSN

0368-1416

Autores

Mariana Quintela Rodrigues Pereira, Beatriz Gonçalves Rodrigues, Eduardo Oliveira Figueiredo, João Pedro Moreira Gonzalez Silva, Amanda Damian Marques, Helton José Bastos Setta,

Tópico(s)

Maternal and Perinatal Health Interventions

Resumo

Introdução: A analgesia de parto é um direito de toda mulher e oferecê-la é essencial conforme as boas práticas médicas na assistência ao parto. Há evidências de que a redução da dor impede o aumento exagerado da frequência cardíaca e da pressão arterial maternas. Sob esse panorama, as terapias complementares para alívio da dor (TCAD) no parto, como deambulação, cromoterapia, banho de aspersão, massagem, musicoterapia, bola suíça e aromaterapia, recebem destaque na assistência obstétrica humanizada. Alternativamente aos métodos farmacológicos, as TCAD apresentam a vantagem de não oferecerem tantos efeitos adversos e contraindicações. Além disso, essas técnicas permitem maior autonomia e postura ativa da mulher, elencando seu protagonismo no trabalho de parto. Objetivo: Avaliar o uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto em uma maternidade. Métodos: Trata-se de estudo descritivo transversal, em que foram incluídas 96 parturientes de uma maternidade pública do Rio de Janeiro, realizado no período de agosto a novembro de 2019. As variáveis analisadas foram o uso de métodos não farmacológicos para alívio da dor durante o trabalho de parto e o tipo de método adotado. Foram utilizados, para tabulação de dados e análises estatísticas, os programas Microsoft Office Excel e R, respectivamente. Resultados e conclusão: Observou-se que em 85% (n=82) dos partos houve uso das TCAD, enquanto em 15% não houve (n=14). As três TCAD mais utilizadas, em ordem de frequência, foram: banho de aspersão (70,45%), deambulação (67,04%) e técnicas de respiração (46,6%), seguidas de massagem (10%), penumbra (8%), musicoterapia (7%), bola suíça (5%) e cromoterapia (5%). A média de TCAD utilizadas por parturiente foi de 4,3. O percentual de mulheres que utilizaram de uma a três TCAD em seu parto foi de 33,38% (n=33), de quatro a seis foi de 33,33% (n=32) e de sete a 10 foi de 17,71% (n=17). Também foi realizada uma análise referente à mediana do tempo de parto, que avaliou partos que utilizaram TCAD e partos que não as utilizaram e não apresentou resultado estatisticamente relevante (valor p=0,12). Observou-se que as TCAD foram amplamente utilizadas nos partos vaginais da maternidade em questão, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a assistência respeitosa ao parto. A realização de estudos posteriores que descrevam condutas durante a assistência ao parto vaginal e seus benefícios para o trabalho de parto e para a experiência materna pode ser interessante para estimular a implementação dessas práticas em outros serviços de obstetrícia.

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