
Povos tradicionais, vida nua e expropriação: O caso dos duplamente atingidos pela UHE Belo Monte e Mineração Belo Sun
2021; UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS; Volume: 17; Issue: 33 Linguagem: Português
10.5418/ra2021.v17i33.10085
ISSN2317-6024
Autores Tópico(s)Agriculture, Land Use, Rural Development
ResumoA Hidrelétrica de Belo Monte deslocou para sua instalação mais de 40 mil pessoas, além de ameaçar os modos de vida de mais de mil famílias localizadas à jusante da barragem, no Trecho de Vazão Reduzida. Neste mesmo trecho, em que a vazão do rio foi reduzida em 80%, está em processo de licenciamento a maior mina de ouro a céu aberto do Brasil, o projeto de mineração da canadense Belo Sun. Inicialmente, os ribeirinhos que vivem neste trecho não foram reconhecidos como povo tradicional por ambos os empreendimentos e as violações de direitos culminam no empobrecimento e fragmentação das comunidades. A partir da apresentação do caso dos atingidos pela UHE Belo Monte e Mineração Belo Sun, na Volta Grande do Xingu (PA), apontando estratégias das empresas e Estado para expropriação dos territórios dos povos tradicionais atingidos, explora-se a relação entre vida nua (Agamben, 2002; 2004) e acumulação espoliação (Harvey, 2012), a fim de ilustrar dimensões políticas da expropriação capitalista (Fraser, 2019). O presente trabalho resulta da pesquisa de mestrado da autora e está baseado em revisão documental, entrevistas com os atingidos e coleta de informações como observadora participante em oitivas, audiências públicas, reuniões de movimentos sociais, além da cooperação e diálogo com pesquisadores do tema.
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