Sobre heróis, narradores e realismo: análise de filmes de Jean Rouch

2007; Universidade da Beira Interior, Portugal (UBI) & Universidade Estadual de Campinas, Brasil (UNICAMP); Issue: 3 Linguagem: Português

ISSN

1646-477X

Autores

Daniela Dumaresq, Paulo Menezes,

Tópico(s)

Urban and sociocultural dynamics

Resumo

Esta pesquisa aborda, principalmente, tres questoes: a nocao de realismo cinematografico, as formas de olhar para o real e de dizer dele, e a dissolucao do conceito de heroi. Para tanto, serao analisados quatro filmes de Jean Rouch realizados na passagem dos anos sessenta: Os Mestres Loucos (1956), Eu, um Negro (1959), Gare du Nord (1965) e Jaguar (1967). Nesse periodo, o cinema vive um momento de conflito. Jovens realizadores questionam as tradicoes cinematograficas: a estetica, as escolhas narrativas, assim como os conceitos. O objetivo geral desta tese e entender esse momento peculiar da historia do cinema. E, especificamente, entender o papel de filmes de Jean Rouch no interior desse conflito cinematografico. Sem nunca ter conquistado o grande publico, seus filmes alimentaram o debate que mobilizou a critica e o publico cinefilo, especialmente os relacionados a Nouvelle Vague, ao Cinema-verdade e ao Cinema direto. A escolha desse cineasta justifica-se pelo papel que seus filmes desempenharam no seio desses movimentos, permanecendo, no entanto, um dos diretores menos estudados do periodo. A entrada para a analise e necessariamente transdisciplinar. O ponto de partida vem da ideia de Pierre Francastel de que as imagens expressam conceitos e pensamentos que apenas existem nelas, e apenas ascenderemos a elas recorrendo a analise das obras. Assim, para operar a analise de filmes, uma bibliografia foi elaborada, combinando teorias da sociologia e do cinema. A tese divide-se em tres partes. As duas primeiras sao dedicadas a analise dos filmes. A ultima procura alinhavar os debates e delimitar a participacao de Rouch e seus filmes no seio do conflito cinematografico

Referência(s)