Artigo Revisado por pares

Razão, corpo e sentimento na teoria social contemporânea

2017; University of Porto; Volume: 12; Linguagem: Português

ISSN

2182-9691

Autores

João Teixeira Lopes,

Tópico(s)

History, Culture, and Society

Resumo

Pensamento e sentimento, sei-o agora, nao constituem uma aporia para a analise sociologica. E possivel, pelo menos assim o defendo, fazer uma sociologia propriamente cientifica dos afectos e sentimentos, bem como fazer sociologia com afectos e sentimentos. Esta proposicao e o resultado de um duplo percurso: individual, enquanto agente social e sociologo, e disciplinar, na trajectoria da teoria social contemporânea, bem como da interseccao entre ambos os movimentos, enquanto praticante de um oficio cujos instrumentos teorias, metodos, tecnicas sao devedores de opcoes, nomeadamente entre paradigmas, mas tambem de um campo limitado de possiveis (social, institucional, ideologico, cultural) remetendo para uma multiplicidade de pertencas que agarram (no sentido de âncoras socializadoras) e simultaneamente estimulam e limitam. Fui epistemologicamente socializado num campo disciplinar -o da sociologia portuguesa de finais dos anos oitenta ainda significativamente marcado pela heranca objectivista, nao tanto em termos estritamente comtianos ou durkheimianos, suficientemente criticados e superados, mas sem duvida pelo estruturalismo e cognitivismo dominantes em decadas anteriores. A viragem pos-moderna nao tinha ainda sido assimilada e discutida, a nao ser em abordagens criticas de um certo integrismo, quer cientista, de um lado, quer anti-objectivista e relativista, do outro. Tal situacao derivava, alias, de

Referência(s)