
JODI PICOULT: NOVOS CAMINHOS PARA A ESCRITA DE AUTORIA FEMININA
2021; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Issue: 40 Linguagem: Português
10.12957/seminal.2021.58268
ISSN1806-9142
AutoresCarla Alexandra Ferreira, Raquel Terezinha Rodrigues,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoO objetivo deste artigo é, refletir, por meio da leitura do romance Leaving Time (2014) de Jodi Picoult, sobre os caminhos para que apontam os textos de autoria feminina no contexto estadunidense contemporâneo. Esse olhar será guiado pelas discussões apresentadas por Elisabeth Badinter (2005) sobre os rumos que o feminismo tomou a partir da década de 1990 e pelas reflexões de Judith Butler (2012) para o conceito de mulher na trajetória do movimento feminista e as declarações de Elaine Showalter sobre a ficção feminina contemporânea dos Estados Unidos. Picoult, por meio desse romance complexo, construído por múltiplas vozes e gêneros, fala de um momento, principalmente a seu público estadunidense, da necessidade de revisões, de novos caminhos, de se repensar os conceitos estabelecidos sobre amor, família, e maternidade. Partindo do mote da relação entre elefantes, e da busca de uma adolescente pela mãe desaparecida por dez anos, as protagonistas percebem a necessidade de se pensar diferente, de se relacionar de modo diverso, de não optar pela vitimização, ou como aponta Alice, a pesquisadora dos elefantes africanos, pelo “pensamento em círculos”. Para além do mistério sobrenatural, o romance discute como as perdas e partidas, as separações, desestabilizam verdades pessoais e, por conseguinte, sociais, alinhadas com a fragmentação textual, de vozes presente no romance, não nos permitindo categorizações. Na busca pela mãe, Jena experimenta um relacionamento familiar diferente. Cada personagem precisa se despojar de suas ideias pré-estabelecidas e perceber que seu caminho está por fazer, assim como a proposta de novos rumos para lidar com a questão da(s) mulher(es) na contemporaneidade.
Referência(s)