Artigo Revisado por pares

Images of Defeat: Early Fado Films and the Estado Novo's Notion of Progress

2010; Modern Humanities Research Association; Volume: 26; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1353/port.2010.0016

ISSN

2222-4270

Autores

Michael Colvin,

Tópico(s)

Media, Journalism, and Communication History

Resumo

At the turn of the 1930s, the debut of Portugal's first talkies, Leitão de Barros's A Severa and Cottinelli Telmo's A Canção de Lisboa, coincides with the ideological and cultural reorientation of the Estado Novo, signalled by the inauguration of the Secretariado da Propaganda Nacional (SPN). Starting in 1933, the Portuguese government promotes a national cinema that it hopes will project the progress of the Estado Novo as it reflects on the grandeur of previous centuries of Portuguese history. And as Severa and Canção appear before the establishment of Portugal's ministry of propaganda, these films do not adhere to the SPN's directives for national cinema. As a result, these movies present values and images that, shortly thereafter, will be purged from Portuguese movies for the rest of the decade: values linked to a people who are dissatisfied with the previous quarter of a century of experimental democracy, yet who are cynical about the seemingly progressive ideals of the nascent regime. And as the Fado, bullfights, and folklore are common motifs in Severa and Canção, these films allow us to observe a dialogue between Portugal's first talkies and to catch a glimpse of the Nation's popular culture before the Estado Novo's propaganda has a chance to recontextualize it to promote its own agenda. No início da década de 1930, a estreia dos primeiros filmes sonoros portugueses, A Severa de Leitão de Barros e A Canção de Lisboa de Cottinelli Teimo, acompanha a reorientação ideológica e cultural do Estado Novo que coincide com a inauguração do Secretariado da Propaganda Nacional (SPN). A partir de 1933, o governo português promove um cinema nacional com o fim de propagar o progresso do Estado Novo e também reflectir a grandeza da história portuguesa dos séculos anteriores. Como Severa e Canção estreiam antes do estabelecimento do SPN, estes filmes não estão sujeitos às directivas da propaganda nacional. Aliás, estes filmes apresentam valores e imagens que brevemente desaparecerão do cinema português até ao fim da década: valores ligados a um povo desencantado com o prévio quartel de um século de democracia experimental e ainda cínico quanto aos aparentes ideais progressivos de um regime novo. E como o fado, a tauromaquia e o folclore constituem motivos partilhados por Severa e Canção, estes filmes permitem-nos observar um diálogo entre os primeiros filmes sonoros portugueses e espreitarmos assim a cultura popular nacional antes da propaganda estado-novista conseguir recontextualizá-la com o fim de promover a sua própria missão.

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