A transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana em Porto Alegre, Brasil: um estudo caso-controle
2021; Linguagem: Português
10.5327/dst-2177-8264-202133p029
ISSN2177-8264
AutoresLisiane Morélia Weide Acosta, Marcos Pascoal Pattussi, Nêmora Tregnago Barcellos,
Tópico(s)Syphilis Diagnosis and Treatment
Resumotrodução: A transmissão vertical do HIV ainda é problema importante em saúde pública. Objetivo: Identificar fatores sociodemográficos, comportamentais e assistenciais maternos que se relacionam com a transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana em Porto Alegre. Métodos: Estudo caso-controle, com dados secundários da vigilância epidemiológica de gestantes e crianças expostas ao vírus da imunodeficiência humana pela gestação e parto nascidas entre 2010 e 2015. Para cada caso de transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana, foram randomizados quatro controles sem transmissão vertical, pareados por ano de parto e idade da mãe. O software STATA foi utilizado na análise estatística, com teste qui-quadrado, regressão logística multivariável com modelagem backward e modelagem teórica hierárquica. O intervalo de confiança de 95% foi estipulado na identificação das variáveis com odds ratio significantes. Resultados: Foram identificados 75 casos com ocorrência da transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana e selecionados 300 controles. No teste qui-quadrado de Pearson, a escolaridade mostrou tendência linear; quanto menor a escolaridade, maior a transmissão vertical, sendo nenhuma escolaridade fortemente associada (OR=18,57, intervalo de confiança 95% 3,19-108,23) na análise multivariada. As variáveis assistenciais, como momento da descoberta do vírus da imunodeficiência humana, número de gestações com vírus da imunodeficiência humana, consultas de pré-natal e uso de antirretroviral, mostraram-se relacionadas com a transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana em todas as análises realizadas. A chance de ocorrer a transmissão vertical é elevada quando o diagnóstico se dá no momento do parto (OR=7,72, intervalo de confiança 95% 1,87-31,85) e (OR=3,72, intervalo de confiança 95% 0,82-16,83) em relação a quem já se sabe portadora do vírus da imunodeficiência humana antes da gestação. Conclusão: A transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana tem maior chance de ocorrer em gestantes que não realizam o pré-natal, não utilizam a medicação antirretroviral e têm maior número de gestações vivendo com vírus da imunodeficiência humana. Essa constatação reforça a importância do sistema de saúde na prevenção da transmissão vertical do vírus da imunodeficiência humana e na qualidade da assistência prestada, especialmente a uma população vulnerável, como indica uma menor escolaridade, aumentando a chance da transmissão vertical do vírus.
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