A efetividade das técnicas de criopreservação na manutenção da fertilidade em pacientes oncológicas: uma revisão literária/ The effectiveness of cryopreservation techniques in maintaining fertility in oncologic patients: a literature review
2021; Brazilian Journal of Development; Volume: 4; Issue: 3 Linguagem: Português
10.34119/bjhrv4n3-303
ISSN2595-6825
AutoresAline Rodrigues de Freitas, Beatriz de Roig Gatto, Caroline Brandão Chiovatto, Isabelly Menezes Argentino, Rodrigo Alessandro Riemma Vela, Renato Borges Tesser,
Tópico(s)Reproductive Biology and Fertility
ResumoIntrodução: Conforme os tratamentos oncológicos se desenvolvem, há um positivo aumento na taxa de sobrevivência de mulheres. Porém, as cirurgias e formas terapêuticas como quimio e radioterapia podem ter efeitos gonadotóxicos que pode impactar na fertilidade dessas pacientes, um exemplo comum é a falência ovariana. O avanço recente das técnicas de reprodução humana assistida (RHA), principalmente relacionadas a novas técnicas e protocolos de criopreservação ampliaram as possibilidades de preservação e manutenção da funcionalidade do ovário e fertilidade, previamente ao tratamento oncológico. Objetivo: Apresentar dados sobre os diferentes métodos de criopreservação de gametas aplicáveis em pacientes oncológicas do sexo feminino, comparando sua aplicabilidade e efetividade em diferentes casos, discorrendo sobre suas limitações e vantagens. Materiais e métodos: Foram selecionados artigos publicados entre os anos de 2016 a 2021 para a revisão e comparação da efetividade dos diferentes métodos e suas aplicabilidades. Resultados: Apesar de a criopreservação de embriões e oócitos serem métodos bem estabelecidos, com 95% de sobrevida, o primeiro apresenta limitações, como a necessidade de um parceiro pré-existente ou doação de espermatozoides, levando ao adiamento do início do tratamento radio ou quimioterápico devido a necessidade de estimulação prévia com gonadotrofinas. Já a criopreservação de tecido ovariano (CTO), ainda é experimental, onde 83% do tecido foi preservado independente da técnica de congelamento e não necessita de qualquer estímulo hormonal, sendo que dessa forma não há o adiamento do tratamento. Porém, a CTO é limitada por necessitar de cirurgia para a retirada do material e implica no transplante em tecido ovariano remanescente, além de ter o risco de existência de células tumorais no tecido criopreservado e do fato de não poder ser realizada após os 38 anos. Após coletados, embriões, oócitos e tecido ovariano também passam pelo processo de vitrificação ou congelamento lento, e a capacidade desses tecidos em apresentar boa qualidade pós-descongelamento para autotransplante e restauração de sua função e desenvolvimento folicular também é importante para possibilitar então um futuro tratamento da infertilidade. Conclusão: A criopreservação nessas pacientes torna possível a preservação da fertilidade após o tratamento oncológico, mas o tipo de procedimento deve ser discutido de acordo com a gravidade do caso clínico em que a mulher se encontra, tanto quanto sua idade e capacidade fisiológica.
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