Avaliação das folhas, vagens e sementes da moringa oleifera na remoção de Ba2+ em água / Evaluation of leaf, vegetable, and seeds of moringa oleifera in the removal of Ba2+ in water
2021; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 12 Linguagem: Português
10.34117/bjdv7n12-258
ISSN2525-8761
AutoresVanessa Souza Reis Melo, M. S. da Luz, Bruna Vieira Cabral, Brunno Borges Canelhas, Diego Andrade Lemos,
Tópico(s)Water Quality and Pollution Assessment
ResumoA água é componente essencial para a vida de todas as espécies. Para os seres humanos além da necessidade de ingestão diária, ela também é utilizada em diversas atividades, como higiene pessoal, limpeza e processos industriais. Porém, somente a parcela da água não salina e isenta de contaminantes pode ser utilizada nas atividades humanas. Dentre os principais agentes poluidores dos recursos hídricos, o presente trabalho destaca os metais tóxicos. Estes compostos apresentam alta toxicidade mesmo em baixas concentrações, principalmente por sua característica de bioacumulação. Destaca-se ainda não serem facilmente degradados em componentes menos tóxicos e possuírem elevado tempo de residência no corpo hídrico, sendo um risco à saúde humana e aos ecossistemas. O bário é um metal alcalino terroso cuja toxicidade é reconhecida há bastante tempo. Ele é encontrado em pequenas concentrações nas águas naturais, principalmente sob a forma de barita (BaSO4). Não sendo encontrado livre na natureza, devido a sua elevada reatividade. As principais ações antrópicas que emitem bário no meio ambiente são: perfuração de poços; produção de pigmentos, fogos de artifício, vidros e defensivos agrícolas; e purificação do minério barita com o subsequente descarte dos efluentes. Nas águas naturais o bário apresenta concentração média de 0,01 mg·L-1 devido à baixa solubilidade de seus sais. Os sais de bário mais solúveis são os cloretos, os nitratos e os carbonatos. A intoxicação pelo bário pode causar náuseas, vômitos, diarreias, perda de reflexos e paralisia muscular e pode levar a óbito se não houver tratamento. A biossorção de metais potencialmente tóxicos tem-se mostrado uma alternativa no tratamento de águas contaminadas, por ser uma técnica de baixo custo e rápida. Dentre os biossorventes, destaca-se os resíduos da Moringa oleifera que possuem grande quantidade de poros e área superficial, indicando boa capacidade de adsorção para o tratamento de águas superficiais e efluentes, sendo uma alternativa aos tratamentos convencionais. O potencial da Moringa oleifera tem sido estudado no tratamento de água e efluentes contaminados por meio de processos de coagulação e adsorção. A biomassa da moringa demonstrou capacidade de melhorar os parâmetros de qualidade da água, incluindo pH, turbidez, sólidos totais dissolvidos, fluoreto, dureza e remoção de contaminantes. Sendo assim, este trabalho propôs a avaliação da eficiência da biomassa de Moringa oleifera em suas frações folha e vagem e semente, na remoção de bário em água. Foram realizados ensaios de adsorção conforme o planejamento experimental, para avaliação das seguintes variáveis: tipo (folha e vagem e semente), quantidade biomassa (0,32g a 1,68g), diâmetro de partículas da biomassa (partículas menores que 425 μm, partículas entre 425 μm e 600 μm, entre 600 μm e 1180 μm, entre 1180 μm e 1750 μm e maiores que 1750 μm) e diferentes concentrações iniciais de bário (6,40 a 33,45 mg·L-1). As folhas da moringa apresentaram 98,6% de remoção de Ba2+, as vagens da moringa 98,2%, e as sementes da moringa apresentaram 99,8% de remoção de Ba2+. Como a semente foi a amostra que demonstrou melhor percentual de remoção no planejamento experimental, ela foi analisada de acordo com os modelos de isotermas de adsorção de Freundlich e de Langmuir em três temperaturas (25°C, 35°C e 45°C). Com base nos coeficientes de correlação (R2), o modelo que mostrou melhor ajuste para os dados experimentais de biossorção do bário pelas sementes foi o de Freundlich, indicando, portanto, um processo de biossorção que pode ocorrer em multicamada. O estudo da cinética de adsorção também foi realizado utilizando a semente de moringa e os dados dos ensaios não se ajustaram ao modelo cinético de pseudo-primeira ordem. O melhor ajuste foi observado aplicando o modelo de pseudo-segunda ordem. Conclui-se que os resultados demonstram que as folhas, vagens e sementes de Moringa oleifera são biomassas eficientes na adsorção bário.
Referência(s)