
Fatores associados à morbidade materna grave em Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: estudo de corte transversal
2022; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 38; Issue: 1 Linguagem: Português
10.1590/0102-311x00021821
ISSN1678-4464
AutoresMagna Santos Andrade, Lívia Pimenta Bonifácio, Jazmin Andrea Cifuentes Sanchez, Lívia Oliveira-Ciabati, Fabiani Spessoto Zaratini, Ana Carolina Arruda Franzon, Vicky Nogueira Pileggi, Giordana Campos Braga, Mariana Fernandes, Carolina Sales Vieira, João Paulo Souza, Elisabeth Meloni Vieira,
Tópico(s)Global Maternal and Child Health
ResumoEste estudo investigou os fatores associados à morbidade materna grave entre mulheres atendidas em maternidades públicas do Município de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Trata-se de um estudo quantitativo, analítico, transversal. Participaram 1.098 puérperas com parto em uma das quatro maternidades públicas do município. A coleta de dados ocorreu entre 3 de agosto de 2015 e 2 de fevereiro de 2016, a partir de entrevistas face a face, obtenção de informações dos prontuários e dos cartões da gestante. Para a análise de dados, considerou-se como variável dependente a ocorrência de morbidade materna grave, ou seja, quando a mulher era classificada como near miss materno ou condição potencialmente ameaçadora à vida a partir dos critérios de elegibilidade da Organização Mundial de Saúde. Calculou-se a razão do near miss materno, odds ratio (OR), intervalo de 95% de confiança (IC95%) e regressão logística múltipla. A razão do near miss materno foi de 3,6 casos por mil nascidos vivos. As complicações ocorreram principalmente na gravidez (53,8%) e os distúrbios hipertensivos foram os mais frequentes (49,4%). A análise de regressão múltipla mostrou associação entre morbidade materna grave e gestação de risco (OR = 4,5; IC95%: 2,7-7,7) e com trabalho de parto induzido (OR = 2,1; IC95%: 1,2-3,9). A ocorrência de morbidade materna grave, principalmente na gestação, com destaque para as síndromes hipertensivas, aponta para a necessidade de melhor rastreamento e manejo da elevação dos níveis pressóricos no pré-natal. A associação entre morbidade materna grave e gestação de risco também remonta ao pré-natal, para a demanda de uma maior atenção às mulheres classificadas como risco gestacional. A qualidade da assistência é ponto chave para o enfretamento da morbimortalidade materna no país.
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