
Leitura e Escrita no Curso Secundário: do ensino de preceitos retórico-poéticos ao incentivo à originalidade e criatividade (1914-1969)
2021; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA; Volume: 24; Issue: 2 Linguagem: Português
10.5433/2237-4876.2021v24n2p13
ISSN2237-4876
AutoresRejane Rodrigues Almeida de Medeiros,
Tópico(s)Linguistics and Education Research
ResumoNo ensino da escrita nas aulas de português do curso secundário podem ter havido, primeiramente, práticas que mobilizavam conhecimentos retórico-poéticos mesclados à ideia de originalidade, até aproximadamente a primeira metade do século XX. Posteriormente, nas décadas de 1950 e 1960, quando a noção de originalidade é aprofundada, tais práticas passaram a valorizar a criatividade individual do aluno na elaboração da escrita. O objetivo deste artigo é discutir o modo como preceitos retórico-poéticos, assim como os conceitos de originalidade e criatividade apresentam-se em orientações para o ensino da escrita de textos didáticos publicados entre 1914 e 1969. A análise da antologia escolar Céu, terra e mar (1914), de Alberto de Oliveira, do manual do professor O idioma nacional na escola secundária (1935), de Antenor Nascentes, da coleção didática para o ginásio Português através de textos (1960-1969), de Magda Soares, e do artigo “Importância da composição” (1951), veiculado na Revista de Educação, que compõem o nosso corpus, é subsidiada pelo referencial teórico-metodológico da História Cultural da Leitura. Em livros escolares editados entre 1914 e 1935, são recomendados preceitos retórico-poéticos, como os de invenção, disposição e elocução, que compreendem as três operações retóricas para a composição de discursos, além do de imitação, ao mesmo tempo em que a originalidade na escrita é também incentivada. Nos anos de 1960, o incentivo à escrita original faz então surgir a ideia de escrita como atividade criativa individual em novos livros escolares e em artigos de revistas de ensino elaborados no período.
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