Artigo Acesso aberto

EUCARISTIA E TEOLOGIA NO VATICANO II

2012; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ; Volume: 4; Issue: 2 Linguagem: Português

10.7213/pp.v4i2.8792

ISSN

2175-1838

Autores

Ghislain Lafont,

Tópico(s)

Catholicism, Bioethics, Media, Education

Resumo

A premissa hermenêutica explicitada pelo autor é que os textos eucarísticos do Vaticano II são lidos sobre o pano de fundo da prática litúrgica dos últimos 50 anos. A partir deste contexto histórico vital, recupera o projeto fundador do Concílio, intuído por João XXIII e que a Sacrosanctum Concilium exprime em seu proêmio: “O Sacrossanto Concílio propõe-se a fomentar sempre mais a vida cristã entre os fiéis; acomodar melhor às necessidades de nossa época as instituições que são suscetíveis de mudanças; favorecer tudo o que possa contribuir para a união dos que creem em Cristo; e promover tudo o que conduz ao chamamento de todos ao seio da Igreja. Por isso, julga seu dever cuidar de modo especial da reforma e do incremento da liturgia” (SC 1). Segundo o autor, o fundamento trinitário da Igreja (Ecclesia a Trinitate) – tal qual aparece na própria Sacrosantum Concilium (SC 3, 5 e 6), na Dei Verbum (DV 2-4), na Lumen gentium(LG 2-4) e no decreto Ad gentes (AG 2-4) – constitui a impostação eclesiológica fundamental do Concílio. O mistério cristão, do qual a Igreja constitui sinal e gérmen na história, não é senão o dom do Filho pelo Pai no Espírito, que, acolhido na fé por graça, nos torna filhos e filhas do Pai, irmãos e irmãs entre nós, participantes da vida dada e recebida de Deus. O dom do corpo (Ceia) e o dom do Espírito (Pentecostes) são os dois polos desta comunicação. Essa é a “tradição viva”, memória do evento Cristo recebida do Pai, viva e vivida na Igreja graças ao Espírito. Igreja, eucaristia e Teologia vivem desta mesma lógica do dom e da acolhida, coração do Mistério que se tornou carne e culto e salvação em Jesus.

Referência(s)