Estranhos na Pátria: Uma análise psicanalítica da violência contra refugiados/ Strangers in Homeland: A psychoanalytical analysis of violence against refugee
2021; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 6 Linguagem: Português
10.34117/bjdv7n6-488
ISSN2525-8761
AutoresWueslle Thibes dos Santos, Vera Lucia da Silva Alves,
Tópico(s)Memory, Trauma, and Testimony
ResumoA temática dos refugiados vem aparecendo com frequência nos noticiários nos últimos anos, mobilizando diversos debates ao redor do globo. Isso porque o fluxo de imigração aumentou de forma exponencial nos últimos 10 anos, tendo como principais países a Síria, Afeganistão e o Sudão do Sul. Apesar disso, muitos outros países produzem novos refugiados todos os dias. Isso acontece por diversos motivos, entre eles: conflitos internos, guerras sectárias e a fome. Tal imigração equivale a um sintoma social; sintoma, este, que desestabiliza uma ordem prévia das coisas e, consequentemente, provoca oposições. Assim, surgem os discursos violentos contra os refugiados, que os consideram, muitas vezes, como terroristas ou invasores. A contribuição da psicanálise para essa questão pode vir de diversos flancos teóricos, porém, para esse artigo foram selecionados alguns conceitos para contribuir para o desenvolvimento da discussão: o refugiado estaria numa posição de estranho familiar, aquele que invade uma montagem de muros – estes visam segurança e o impedimento daquilo que está fora entre (a indeterminação e o mal-estar). A violência aparece como uma reação ao estranho, ela tem múltiplas formas, funciona como algo sistêmico e invisível, e, serve para justamente recuperar alguma suposta homeostase de um estado imperturbado antes da guerra. Ou, ainda, surge como uma violência simbólica, isso se refere à palavra como aquilo que reduz a coisa a um simples traço e lhe atribui perspectivas externas a ela mesma, sendo, então, a própria linguagem uma violência. Para tal análise foram utilizados diversos autores da psicanálise, tais como Sigmund Freud, Jacques Lacan, Slavoj Zizek e Christian Dunker.
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