Contribuição da chuva de sementes na restauração florestal: uma inferência sobre a capacidade de cicatrização de áreas abertas de mata atlântica / Contribution of seed rain to forest restoration: an inference about the healing capacity of open areas of the Atlantic Forest

2021; Brazilian Journal of Development; Volume: 7; Issue: 12 Linguagem: Português

10.34117/bjdv7n12-720

ISSN

2525-8761

Autores

Gabriel Lopes Lima, Graziele Wolff, Bruno Oliveira Lafetá, Giuslan Carvalho Pereira,

Tópico(s)

Geography and Environmental Studies

Resumo

As florestas tropicais se caracterizam por apresentar uma alta diversidade de habitats formados em decorrência dos frequentes distúrbios que ocorrem em meio a floresta, esses que podem ser provocados pela ação natural ou antrópica. A queda de árvores ou galhos são os distúrbios naturais de baixo impacto mais frequentes, ocasionando aberturas no dossel da floresta, classificadas como clareiras. As clareiras possuem um papel indispensável na dinâmica das florestas, são responsáveis pela formação de novos habitats e promovem o estabelecimento de novas espécies. A chuva de sementes também surge como um importante mecanismo para indicar a chegada e o estabelecimento de espécies. A chuva de semente constitui um processo importante na estrutura da floresta, sendo que a ausência de sementes se torna um fator limitante na colonização de áreas em regeneração. Assim, o presente trabalho teve como objetivo verificar a chuva de sementes em clareiras com diferentes tamanhos, que contribuem com a regeneração da Mata Atlântica. O experimento foi instalado em clareiras localizadas no interior de dois fragmentos florestais, o primeiro localizado dentro do Instituto Federal de Minas Gerais na cidade de São João Evangelista e o segundo localizado a leste de Minas Gerais na cidade de Ladainha. Os dois fragmentos estão inseridos no bioma Mata Atlântica, vegetação classificada como de Floresta Estacional Semidecidual. Foram selecionadas quatro áreas em cada fragmento de estudo, sendo três clareiras separadas em classes de tamanho (pequenas, médias e grandes), e também selecionada uma área sem ocorrência de clareira, de dossel fechado e preservado. Em cada área se instalou, a 30 cm do solo, quatro coletores com dimensões de 0,5 x 0,5 metros. No total, o experimento foi conduzido em 2 áreas, avaliando oito clareiras, totalizando 32 coletores. Foram amostradas 4.032 sementes pertencentes a 53 morfoespécies. Na análise final, espécies anemocóricas apresentaram dispersão predominante com 47% do total das sementes encontradas, seguida das autocóricas com 36%, e zoocóricas com cerca de 17%. As áreas com distúrbio de pequena intensidade apresentaram os melhores resultados de equitabilidade e diversidade de espécies, já as clareiras grandes apresentaram as menores uniformidades na abundância relativa e similaridade com as demais clareiras. Os resultados mostram que a chuva de sementes pode ser um bom indicador do potencial regenerativo das clareiras, em relação a abundância e diversidade de espécies.

Referência(s)
Altmetric
PlumX