Artigo Acesso aberto

Inibidores da PARP: do mecanismo de ação à prática clínica

2022; Ordem dos Médicos; Volume: 35; Issue: 2 Linguagem: Português

10.20344/amp.13870

ISSN

1646-0758

Autores

Cátia Branco, Joana Paredes,

Tópico(s)

Public Health in Brazil

Resumo

Repairing damage and errors that occur in the DNA molecule is essential to maintain the integrity of the genome and cell viability. Deficits in DNA repair mechanisms lead to an increased risk of genetic instability and contribute to neoplastic transformation. Poly (ADP-ribose) polymerases (PARP) are a group of enzymes that play a key role in signalling and repairing DNA errors. The inhibition of its activity is a therapeutic strategy that takes advantage of the mechanism of synthetic lethality and that can be used in the treatment of tumours with specific defects in DNA repair pathways, namely in tumours with mutations in the tumour suppressor genes BRCA1 and BRCA2. There are several PARP inhibitors (iPARP), already approved by the USA Food and Drug Administration and the European Medicines Agency used in the treatment of breast, ovarian, pancreatic and prostate cancer. However, as with other target therapies, despite being well tolerated and widely used in the clinical practice, iPARP resistance is common and can be developed through various molecular mechanisms. In this article, we intend to make an updated review on iPARP and its main role in tumour cells, highlighting the several resistance mechanisms that have been recently revealed, as well as the current clinical applications and toxicity associated with this target therapy.A reparação dos danos que ocorrem na molécula de ADN é fundamental para manter a integridade do genoma e a viabilidade celular. Défices nos mecanismos de reparação desta molécula cursam com um aumento do risco para instabilidade genética e contribuem para a transformação neoplásica. As poly (ADP-ribose) polymerases (PARP) são um grupo de enzimas que apresentam um papel chave na sinalização e reparação dos erros no ADN. A inibição da sua atividade é uma estratégia terapêutica que tira partido do mecanismo de letalidade sintética e que pode ser usada no tratamento de tumores com defeitos específicos nas vias de reparação de ADN, nomeadamente em tumores com mutações nos genes supressores tumorais BRCA1 e BRCA2. Existem vários inibidores das PARP (iPARP) já aprovados pela Food and Drug Administration dos Estados Unidos da América e pela Agência Europeia do Medicamento e utilizados no tratamento do cancro da mama, ovário, pâncreas e próstata. No entanto, tal como acontece com outras terapias alvo, a resistência aos iPARP é comum apesar de bem tolerados e amplamente utilizados na prática clínica, e pode desenvolver-se através de vários mecanismos moleculares. Neste artigo, pretendemos realizar uma revisão atualizada sobre os iPARP e o seu principal modo de ação em células tumorais, dando a conhecer os vários mecanismos de resistência que têm sido recentemente revelados, assim como as atuais aplicações clínicas e a toxicidade associada a esta terapia alvo.

Referência(s)