Ambulatório de saúde integral da mulher, cis, profissional do sexo, em um serviço de saúde da cidade de São Paulo

2021; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202133p064

ISSN

2177-8264

Autores

Sheila Wudrev Ribeiro Martins, Tatiane Pavan Ramos Oliveira, Rute Loreto Sampaio de Oliveira, Vanessa Marques Franco, Fátima Portella Ribas Martins,

Tópico(s)

Science and Education Research

Resumo

Introdução: Ao longo da história as profissionais do sexo sofrem pelo estigma da profissão e acabam tendo dificuldades de acesso ao serviço de saúde, com prejuízo à saúde sexual, mental e física. Dessa forma, são necessárias ações de prevenção e promoção à saúde para aproximar essas mulheres dos serviços de saúde. Objetivo: Relatar a experiência de atendimento das mulheres profissionais do sexo em um serviço de saúde da região central da cidade de São Paulo (SP). Métodos: São realizados atendimentos ambulatoriais voltados à saúde integral da mulher cis profissional do sexo em um serviço de atendimento especializado em infecções sexualmente transmissíveis/aids na região central de São Paulo. São ofertados atendimentos ginecológicos e cuidados de enfermagem, testagem rápida e exames sorológicos para vírus da imunodeficiência humana, hepatites e sífilis: exames de rotina (papanicolau, colposcopia, mamografia, ultrassonografia), tratamento de infecções sexualmente transmissíveis, colocação de dispositivo intrauterino e implante intradérmico hormonal, profilaxia pós-exposição, profilaxia pré-exposição, orientações de prevenção das infecções sexualmente transmissíveis e distribuição de insumos. A captação dessas mulheres é feita de forma ativa por uma profissional vinculadora que vai às casas de prostituição da região com orientações de prevenção as doenças sexualmente transmissíveis e oferta de atendimento na unidade. Tal profissional acolhe as mulheres no próprio local de trabalho e agenda consulta na unidade conforme a disponibilidade da paciente. Resultados: De agosto de 2018 a abril de 2021, foram matriculadas 397 mulheres, sendo 101 em uso de profilaxia pré-exposição e com queixa principal (26,20%) de infecções sexualmente transmissíveis. Conclusão: O acolhimento, a orientação e o atendimento conforme demanda viabilizam a essa população o acesso à saúde para prevenção ou tratamento. Podemos concluir que existe certa dificuldade e restrição de acesso a serviços de saúde a essa população. A concentração de diversas oportunidades de cuidado em um único lugar e a não regionalização aumenta a chance de adesão à prevenção e à indicação do serviço a outras mulheres.

Referência(s)