Comportamentos sexuais e infecções sexualmente transmissíveis em minorias sexuais

2021; Linguagem: Português

10.5327/dst-2177-8264-202133p222

ISSN

2177-8264

Autores

Izabel Cristina de Souza, Gilmara de Lucena Beserra, Weslley Monteiro Amora, Tainan Maria Cruz Lopes Tavares, Cícero Mendes Siqueira, Paula Renata Amorim Lessa Soares, Samila Gomes Ribeiro, Ana Karina Bezerra Pinheiro,

Tópico(s)

Sex work and related issues

Resumo

Introdução: As minorias sexuais, comumente representadas por lésbicas, gays, bissexuais, transexuais/travestis, intersexuais e outras expressões ou identidades de gênero (LGBTI+) apresentam vulnerabilidades específicas, tornando-se foco de estudos para melhor compreensão de suas necessidades. Objetivo: Identificar comportamentos sexuais na população LGBTI+ e vulnerabilidades para aquisição de infecções sexualmente transmissíveis. Métodos: Pesquisa do tipo observacional com delineamento transversal realizada em espaços de sociabilização LGBTI+ em Fortaleza (CE) nos meses outubro a dezembro de 2019. A amostra foi obtida por conveniência, sendo entrevistadas pessoas autodeclaradas LGBTI+ por meio de instrumento contendo dados sociodemográficos e comportamento sexual. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará sob parecer 3.921.161. Resultados: Participaram 254 pessoas com idade entre 18 a 40 anos (mediana de 22 anos). Dessas, 144 (56,6%) haviam realizado testagem para infecções sexualmente transmissíveis no último ano, que indicou que nove (3,5%) apresentaram as seguintes infecções sexualmente transmissíveis: clamídia (1), herpes (1), vírus da imunodeficiência humana (1), papilomavírus humano (2) e sífilis (4). Apenas quatro relataram terem sido tratadas. Quanto ao uso do preservativo no último trimestre, 58 (36,2%) daqueles com parceria fixa relataram nunca usar, do total de 53 (49%) daqueles com parcerias casuais. No tocante à prática de sexo químico, dos que possuíam parceria fixa, 84 (52,8%) já o tinham praticado pelo menos uma vez, e 56 (51,3%) entre os que tinham parceria casual. Na penetração anal receptiva, 69 (50,7%) nunca usavam preservativo em suas parcerias fixas e 23 (25,8%) nunca o utilizava em parcerias casuais. Conclusão: Os achados apontam para uma baixa taxa de infecções sexualmente transmissíveis, prevalecendo a sífilis, com menos da metade dos diagnosticados tendo sido tratada. Aqueles com parcerias fixas relataram usar menos preservativo durante sexo anal receptivo e aqueles com parcerias casuais usaram menos preservativo no último trimestre. Salienta-se a importância da qualificação profissional para o atendimento e condução de grupos e suas especificidades.

Referência(s)