Transtorno do espectro autista em meninas: uma análise comparativa envolvendo estudos de gênero e possível sub reconhecimento na população feminina
2022; Linguagem: Português
10.5102/pic.n0.2020.8340
ISSN2595-4563
AutoresBeatriz Kaminski Fink, Andressa Gabrielle Moreira, Gustavo Carvalho de Oliveira,
Tópico(s)Autism Spectrum Disorder Research
ResumoO Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido por déficits na comunicação einteração social. A maior prevalência em meninos em relação a meninas sugere modeloscomportamentais diferentes, delineando um fenótipo autista feminino, caracterizado pelamaior capacidade social e menor externalização de movimentos estereotipados repetitivos,camuflando as dificuldades de interação. Esses fatores contribuem para um diagnóstico tardioou para o não diagnóstico de TEA em meninas. Existem estudos que sugerem a possibilidadede um viés masculino nos atuais instrumentos relevantes para a avaliação do TEA, haja vista apredominância de amostra masculina no primeiro fenótipo de TEA descrito. Assim, meninastendem a ter pontuação normal e apenas garotas com déficits graves de comunicação ecomportamento são identificadas. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico de pacientescom Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças de um serviço público de Brasília,dando enfoque a possíveis diferenças de gênero. Metodologia: Estudo realizado em 2 etapas.A primeira consistiu em uma análise retrospectiva de prontuários dos pacientes e a segundase deu pela aplicação de questionários direcionados aos responsáveis das crianças, avaliandoos critérios do DSM-5 e aplicando os instrumentos diagnósticos ASSQ, ABC e M-CHAT.Resultados e discussões: Não foram encontradas diferenças epidemiológicas entre os grupos.Nos critérios do DSM-5 foi observada distribuição diferente dos domínios entre meninos emeninas. No ASSQ, ambos os grupos obtiveram pontuação semelhante e no ABC, as meninasobtiveram maior pontuação. O M-CHAT -CHAT foi desconsiderado para análise, pois houveapenas 1 paciente elegível para aplicação. Considerações finais: Percebe-se que existemdiferenças no diagnóstico de meninas com TEA, sendo que nas meninas o predomínio doscritérios A e B do DSM-V (comunicação e interação social, padrões restritivos e repetitivos decomportamento), enquanto que nos meninos há uma distribuição mais homogênea nasintomatologia e na gravidade. Mais estudos sobre esse tema ainda muito desconhecido sãonecessários.
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