
AVALIAÇÃO IMPACTO EM MICROORGANISMOS COLONIZANTES APÓS RESTRIÇÃO DE POLIMIXINA EM UTI HOSPITAL TERCIÁRIO
2022; Elsevier BV; Volume: 26; Linguagem: Português
10.1016/j.bjid.2021.101742
ISSN1678-4391
AutoresElisa Maria Beirão, Tiago Barra Consentino, Paulo Urtado, Ana Paula Timm Lobo, Jussimara Monteiro Nürmberger,
Tópico(s)Antibiotic Use and Resistance
ResumoAs polimixinas são os antibióticos de eleição em hospitais com recursos limitados para tratamento de bactérias resistentes aos carbapenêmicos. com o aumento do uso, evidenciamos aumento na resistência das bactérias Gram-negativas à polimixina. Estimulamos a substituição de polimixina por aminoglicosídeo quando indicado e avaliamos o impacto da substituição. Estudo retrospectivo nas unidades de terapia intensiva (UTI), UTI-A e UTI-B do Conjunto Hospitalar do Mandaqui, de 1/01/2017 a 31/12/2017 sem restrição ao uso de polimixinas e 1/01/2018 a 31/12/2019 com avaliação e orientação de uso de aminoglicosídeos nos casos de infecção por bactérias resistentes aos carbapenêmicos. Foram coletados dados de consumo de antimicrobianos (DDD), mortalidade, e pacientes foram submetidos a coleta de cultura de vigilância (CVIG) segundo protocolo institucional. Na CVIG foram avaliados microrganismos Gram-negativos resistentes aos carbapenêmoco. Foi calculado pressão de colonização (CVIG/paciente/dia) para as bactérias isoladas. A identificação bacteriana foi realizada por espectrometria de massa (Vitek-MS®), o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos foi determinado utilizando Sistema automatizado Vitek 2®. Para triagem de carbapenemases, foi realizada nota técnica da Anvisa em enterobactérias multirresistentes. Observamos redução do consumo polimixina B na UTI-A de 2017 para 2019 (54,82-17,11, sem significância estatística (NS)) e na UTI-B (64,82-17,11, p < 0,00001). Principais bactérias isoladas nas UTI-A e B em CVIG foram K. pneumoniae (84,7 e 90,1%) e A. baumannii (12,1 e 6,4%). A pressão de colonização por K. pneumoniae na UTI-A no período de 2017 a 2019 foi de 1,5; 0,47; 0,33 (NS) e na UTI-B 1,71-0,68-0,25 (p = 0,6); A. baumannii apresentou as seguintes taxas na UTI-A 0,18; 0,12; 0,03 (p = 0,06) e na UTI-B 1,71; 0,68; 0,25 (p < 0,00001). O consumo de polimixina na UTI-A foi de 54,8; 30,63; 38,27 (p = 0,06) e na UTI-B 64,8; 21,74; 12,8 (p < 0,00001). Consumo de amicacina na UTI-A foi de 34,5; 35,0; 33,1 (p = 0,06) e na UTI-B de 28,1; 39,9, 33,1 (p < 0,00001). Mortalidade avaliada no período na UTI-A foi de 27,3; 30,1; 30,4 (NS) e na UTI-B foi de 26,2; 23,5; 20,2 (p = 0,002). Obervamos maior adesão ao protocolo de uso de aminoglicosídeos na UTI-B com redução na prevalência de colonoização por A. baumannii resistente aos carbapenêmicos. As medidas implementadas não foram acompanhadas pelo aumento de mortalidade.
Referência(s)