Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

RITUAL DO JONGO E O IMAGINÁRIO MÍTICO AFROBRASILEIRO

2022; UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA; Volume: 4; Issue: 1 Linguagem: Português

10.14393/tes-v4n1-2021-63380

ISSN

2595-8925

Autores

Ricardo Mendes Mattos,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Analisa-se o imaginário mítico do ritual afrobrasileiro do jongo. Para o filósofo Eudoro de Souza, o ritual religioso reverbera na sensibilidade e na imaginação de seus protagonistas, expressas em versos, gestos e sons. Assim, investiga-se o jongo como ritual religioso, a partir do método etnográfico da observação participante e a memória oral dos jongueiros. Conclui-se que o imaginário mítico do jongo é composto por objetos de culto (fogueira, tambores e chocalhos), atos rituais (“saravar a ngoma”, “amuntar na calunga”), gestos mágicos (dançar da “pemba”, plantar e colher frutos), imagens míticas (tatu, terra afundada e correnteza marítima) e personagens espirituais (como o “cumba” ou “jongueiro velho”). Tal imaginário institui um canal de comunicação com os espíritos ancestrais e a ritualização de uma morte simbólica, expressa na condição de escravidão e na vinda para os cativeiros brasileiros. Contudo, a presença ancestral permite um renascimento ritual, com a viagem de retorno à mítica Aruanda e a experiência de prosperidade da vida em liberdade.

Referência(s)