
A pesca de iscas-vivas no Arquipélago de Fernando de Noronha (PE-Brasil)
2022; Associação Sergipana de Ciências; Volume: 18; Issue: 1 Linguagem: Português
10.14808/sci.plena.2022.018001
ISSN1808-2793
AutoresGabriela Campos Zeineddine, Walter Barrella, Matheus Marcos Rotundo, Milena Ramires,
Tópico(s)Aquaculture Nutrition and Growth
ResumoA pesca artesanal em Fernando de Noronha está diretamente relacionada com a pesca de iscas, pelo fato de os pescadores serem dependentes da mesma para realizar suas capturas de peixes maiores. Este trabalho objetivou caracterizar a pesca de iscas no arquipélago de Fernando de Noronha em relação às espécies de peixes utilizadas como iscas, modo de captura e destino das mesmas. A coleta de dados foi realizada através de questionários semiestruturados com o auxílio da técnica “bola de neve”. Os dados foram analisados qualitativamente e quantitativamente, buscando representar o consenso entre os informantes entrevistados. Foram entrevistados 69 pescadores de iscas, os quais utilizam a sardinha (Harengula clupeola) e o garapau (Decapterus macarellus) como principais espécies-alvo, em pescarias embarcadas ou desembarcadas. A sardinha é a isca mais utilizada, capturada com tarrafa, sendo mantidas vivas em compartimentos modificados nas embarcações conhecidos como “viveiros”, ou em baldes com água no caso de pescadores desembarcados. O garapau é utilizado quando os pescadores não conseguem capturar a sardinha, sendo pescado com linha de mão durante as noites escuras e conservado vivo também em viveiros. Alguns fatores interferem na captura de iscas, como por exemplo, a restrição de áreas o que, segundo os pescadores, pode prejudicar a atividade pesqueira e, consequentemente, a renda dos pescadores e abastecimento das demandas locais. As informações sobre biologia e ecologia das iscas utilizadas são escassas, o que torna imprescindível o desenvolvimento de estudos que possam guiar medidas de manejo para uma gestão efetiva destes recursos.
Referência(s)