Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Dilectio, resignação e injustiça: possibilidade de interpretar o amor como resignação e conformação com a injustiça, à luz de Santo Agostinho

2022; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECONCAVO DA BAHIA; Volume: 22; Issue: 1 Linguagem: Português

10.31977/grirfi.v22i1.2622

ISSN

2178-1036

Autores

Ricardo Evangelista Brandão,

Tópico(s)

Religious and Theological Studies

Resumo

No “Comentário da primeira Epístola de São João”, em específico fragmento do texto em que o foco é a controvérsia donatista, Agostinho afirma que a despeito do fato de que o amor é norma incontornável à verdadeira vida cristã, no caso de testemunhar uma ação injusta, o cristão não pode aceitar passivamente a tal ato. Todavia, nesse mesmo texto, em outro contexto, é defendida uma espécie de resignação como prova de que o cristão de fato está vivendo uma prática cristã eivada pelo amor de Deus. Na De civitate Dei Livro XIX, no “Sobre os costumes da igreja católica e dos maniqueus”, e em outras obras, o mesmo paradoxo persiste: se por um lado o filósofo cristão reconhece que mesmo vivendo em intensa dor e sofrimento é possível se conformar e encontrar a paz, uma paz possível ante a situação, por outro lado, defende que não é justo um homem se submeter a outro visto que somos ontologicamente iguais, logo, aparentemente não incentivando a eupatia nessa injusta situação. Assim, é nossa meta nessa comunicação: investigar como podemos compreender a relação do amor com a resignação, e se ambos os conceitos podem ser aplicados às situações de flagrante injustiça vividas ou testemunhadas.

Referência(s)