
Um tempo e um homem sombrio: o Estado Novo e Salazar nas obras de Fernando Pessoa e Valter Hugo Mãe
2022; UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI; Volume: 10; Issue: 3 Linguagem: Português
10.47295/mgren.v10i3.3426
ISSN2317-0433
AutoresAna Beatriz Abreu de Souza, Carina Marques Duarte,
Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoA proposta deste artigo é analisar a representação de Antônio de Oliveira Salazar e do Estado Novo no romance A máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe, e no poema “Antônio de Oliveira Salazar”, de Fernando Pessoa, bem como em alguns ensaios de crítica política escritos pelo poeta. No intuito de explicar tal representação, apoiamo-nos principalmente em textos de historiadores, tais como, Luís Reis Torgal, Fernando Rosas e Maria Inácia Rezola. Serão de grande valia, para a reflexão aqui apresentada, os postulados de Eduardo Lourenço (1976) e Hannah Arendt (2008), principalmente no que concerne à maneira como os povos lidam com o passado. Valter Hugo Mãe sugere, através do romance e das personagens nele presentes, o modo como os anos de Salazar devem ser lembrados. Mãe descreve pessoas amaciadas pela exaustão e o salazarismo como uma máquina passando por cima dos ombros do povo, uma máquina grande e complexa demais para que pudesse ser percebida no início. Fernando Pessoa, que chegou a tecer elogios a Salazar quando este ocupava o cargo de Ministro das Finanças, deixou, através dos ensaios e da verve satírica, um registro lúcido das mazelas da ditadura. Palavras-chave: Antônio de Oliveira Salazar. A máquina de fazer espanhóis. Memória. DOI: https://doi.org/10.47295/mgren.v10i3.3426
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