
Mulher-Hulk - de raivosa monstra à bem humorada advogada: Pós-Feminismo nos Quadrinhos dos anos de 1980
2022; Institut des Amériques; Issue: 19 Linguagem: Português
10.4000/ideas.12389
ISSN1950-5701
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoO trabalho pretende analisar os traços, representações e discursos presentes nos quadrinhos da Mulher-Hulk e as influências políticas do Feminismo dos anos de 1980. Criada no selo mensal The Savage She-Hulk, de 1980, sofreu radical transformação representativa na série mensal atualizada Sensational She-Hulk em 1989. De mera réplica feminina do personagem Hulk à singular super-heroína de personalidade altiva e cativante, as mudanças ocorreram muito além da transição entre os epítetos de Savage (Selvagem) e Sensational (Sensacional) no seu título mensal. Com as fragilizações ocorridas nos movimentos de mulheres no final da década de 1970 e um renovado levante conservador fizeram com que novas questões e representações que culminaram no que Susan Bolotin alcunhou de pós-feminismo. Sem a visibilidade midiática e o desgaste dos conflitos internos, os movimentos feministas tenderam, ao findar da década de 1980 para uma postura filosófica mais liberal e individualista, construindo uma representação feminina otimista e autônoma que serviu de molde para a construção da nova Mulher-Hulk. As publicações, com certas limitações, foram traduzidas e inseridas no mercado brasileiro do período do fim dos anos de 1980 e início de 1990, em cenário político de redemocratização após longo regime de Ditadura Militar e repulsa dos movimentos feministas no Brasil. A tradução e publicação da Mulher-Hulk no Brasil sintoniza ou mesmo coaduna com a política de gênero através das narrativas do produto original estadunidense, por isso as fontes primárias da investigação são as publicações brasileiras.
Referência(s)