
“Quando eu lembro da massa da mandioca”
2022; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS; Volume: 22; Linguagem: Português
10.20396/rho.v22i00.8665789
ISSN1676-2584
AutoresMarisa Oliveira Santos, Ana Elizabeth Santos Alves,
Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoOs saberes do trabalho são construtos sociais, que nascem do processo educacional entre homem e natureza, na reprodução ampliada da vida. No desenvolvimento dos estudos acerca das memórias do trabalho familiar em casas de farinha, pesquisaram-se as importantes contribuições indígenas no cultivo da mandioca e na produção dos seus derivados na história do Brasil. Neste sentido, o presente artigo tem como objetivos: apresentar o demarco de um recorte histórico da aproximação dos europeus com os saberes da produção com a mandioca – produção e produtos –, que não somente precintariam um marco da adaptação alimentar dos até então “visitantes”, mas também forjariam o interesse de exploração do tubérculo; e, ao mesmo tempo, analisar a desarticulação da primeira base de trabalho familiar e a troca de saberes sociais, os do trabalho indígena, compreendidos como rastros das primeiras casas de farinha existentes no país. Os fundamentos teóricos de Cascudo (1983; 2004); Pedroza (2014); Algranti (1997); Rodrigues (2012), entre outros, respaldaram a discussão preterida. Ao término das contribuições, verificou-se que os interesses mercantis, embora se aproximem dos saberes sociais pelas vias capitalistas, nem sempre conseguem anulá-los integralmente, pois subsistem na processualidade histórica por meio da resistência no saber-fazer e nos modos de vida de homens e mulheres do campo, perceptíveis nas casas de farinha dos dias atuais.
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