Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A TRADIÇÃO APOFÁTICA

2022; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Volume: 17; Issue: 1 Linguagem: Português

10.5752/p.1983-2478.2022v17n1p89-110

ISSN

1983-2478

Autores

Werbert Cirilo Gonçalves,

Tópico(s)

Psychology and Mental Health

Resumo

E Este artigo apresenta o tema do apofatismo. Na teologia, ele se apresenta como “teologia negativa” ou como renúncia (aphaíresis) à materialização de Deus em formulações conceituais, preferindo assim uma “teologia simbólica” que “celebra” o Sagrado com imagens ou ícones. Já na filosofia, aparece relacionado ao discurso negativo sobre o Ser ou ao Uno-bem; e, também, como crítica à teologia cristã por ter transformado Deus num ídolo noético, construído com argumentos metafísicos (ontoteológicos) e fixado em linguagem logocêntrica. E, no misticismo, o apofatismo entende a superioridade do “Mistério” - que é experienciado na mística - reconhecendo a sua “inefabilidade” e o seu “anonimato”, bem como a sua “niilidade”. Entre os nossos referenciais teóricos se destacam: Deirdre Carabine, Cristos Yannaras, Jean Luc-Marion e Vladimir Lossky. O resultado final é a concepção da existência de uma tradição apofática no cristianismo que tem a sua originalidade no “discurso negativo” dos filósofos da Grécia antiga, sua configuração em “teologia negativa” e na “mística de trevas” a partir da Patrística e como crítica às concepções ontológicas de Deus na modernidade e na contemporaneidade.

Referência(s)