
Santo Antônio, me casa já! Leituras Afro-brasileiras sobre as virtudes casamenteiras do santo lisboeta e a moralização da sexualidade da mulher
2021; Instituto de Estudos da Religião; Volume: 41; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/0100-85872021v41n3cap11
ISSN1984-0438
Autores Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
ResumoResumo: as virtudes casamenteiras de Santo Antônio no Brasil dão continuidade a formas complexas de remodelagem do cristianismo centro-africano em solo brasileiro. Elas estão assentadas em processos culturais de sincretização entre o santo católico e Exu, orixá priápico pertencente ao universo cultural e religioso afro-brasileiro desde o século XVI. A escultura africana do santo, publicada em obra de Gilberto Freyre, em 1959, reforça sua associação ao orixá. O sincretismo, ainda que mantido nos subterrâneos da cultura popular, será confrontado por narrativas eclesiásticas do Século XIX com o intuito de compatibilizar os atributos casamenteiros de Santo Antônio com a moral sexual cristã. Controlar a sexualidade, em especial da mulher, por meio do matrimônio, sempre foi uma das tarefas pedagógicas dos missionários, desde o início da colonização.
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