As organizações enquanto unidades de observação e de análise: o caso da prisão
2004; Centro em Rede de Investigação em Antropologia; Issue: vol. 8 (1) Linguagem: Português
10.4000/etnografica.4471
ISSN2182-2891
Autores Tópico(s)Criminal Justice and Corrections Analysis
ResumoTomando por base uma etnografia envolvendo uma instituição prisional, proponho-me interrogar o estatuto de contextos etnográficos que parecem constituir à partida não só unidades de observação coerentes como, sobretudo, unidades de análise pré-delimitadas, quer dizer, cuja delimitação precede a investigação e as questões que esta gera. Esta precedência é, de resto, não só de ordem cronológica mas também lógica quando esse mesmo recorte não raro dimensiona inteiramente a investigação e rege o olhar sobre o terreno assim delimitado. Se em virtude das suas características particulares as prisões têm originado investigações onde estes problemas se colocam de maneira extrema, elas porventura providenciam uma oportuna via para regressar à questão da coincidência entre terreno e objecto, volvida com os velhos estudos de comunidade mas talvez espreitando a cada passo um regresso à boleia da antropologia das organizações.
Referência(s)