
Quando Thémis era menina: antecedentes mitológicos do tó Koinón na Grécia Arcaica (do século VIII ao VI a.C.)
2010; UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO; Volume: 8; Issue: 2 Linguagem: Português
10.5585/prismaj.v8n2.1967
ISSN1983-9286
AutoresThiago De Azevedo Pinheiro Hoshino,
Tópico(s)Historical, Religious, and Philosophical Studies
ResumoO presente trabalho propõe uma análise dos núcleos de representações “jurídicas” passíveis de identificação no âmbito dos mitos gregos. Acessados especialmente pelas obras de Hesíodo e Homero, abarcam o período dos séculos VIII ao VI a.C. Nossa hipótese é a de que, não surgindo o direito aí como um fenômeno dotado de autonomia, é mais fecundo observá-lo desde sua funcionalidade ritual, ensejando práticas sociais diversas de resolução de conflitos, atribuição de poderes, reconhecimento de pertencimentos, etc. Nesse sentido, se o rito atualiza e presentifica o mito, essas práticas têm um caráter performático. Dentro da tensão entre continuidade e descontinuidade, nosso objetivo foi explicitar de que maneira as transformações que conduzirão ao “milagre” democrático do século V estão associadas à tradição narrativa mitológica e a uma dialética envolvendo o estatuto ontológico da palavra, cuja laicização permite que seja publicamente apropriada por espectros cada vez mais amplos da polis. O espaço público – tó Koinón – portanto, que se conforma na Grécia Clássica permanecerá tributário desse imaginário pré-filosófico, do que deriva uma série de implicações políticas que buscamos evidenciar.
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