Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Perfil do uso populacional de inseticidas domésticos no combate a mosquitos

2015; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA; Volume: 36; Issue: 1 Linguagem: Português

10.5433/1679-0367.2015v36n1p91-104

ISSN

1679-0367

Autores

Luzilene Barbosa Oliveira, Rafaela Maria Pessoa Nunes, Claudiana Mangabeira Santana, Antonia Rosa da Costa, Narcia Maria Fonseca Nunes, Iana Bantim Felício Calou, Ana Paula Peron, Márcia Maria Mendes Marques, Paulo Michel Pinheiro Ferreira,

Tópico(s)

Insect Pest Control Strategies

Resumo

Esse trabalho descreve a utilização doméstica de inseticidas pela população de Picos (Piauí, Brasil), identificou quais são os tipos de inseticidas mais utilizados e descreve a incidência de intoxicação e a consciência ambiental da população. Após visitas domiciliares (n=700), notou-se que a maioria dos entrevistados foi representada por mulheres (75%), com idade entre 31-55 anos (49%), ensino fundamental incompleto (38,1%) e renda familiar entre 1-2 salários mínimos (64%). A maioria das residências tem entre 1-3 moradores (48%), 85% dos entrevistados usam inseticidas escolhidos principalmente em propagandas de TV e radio e apenas 54% leem o rótulo antes de aplicar o produto. A forma de apresentação mais usada é o aerossol (70,7%). A maioria (79%) reconhece que inseticidas são maléficos à saúde, mas 74% não usam nenhum Equipamento de Proteção Individual (EPI). Sintomas de toxicidade foram relatados por 27% dos entrevistados. Duas mulheres relataram irritação, tonturas e problemas respiratórios e necessidade de intervenção médica e internação hospitalar. Todos os entrevistados descartam as embalagens como lixo comum, uma vez que em Picos não há coleta seletiva. Em conclusão, a maioria das pessoas usam inseticidas, conhecem sobre os riscos individuais e coletivos aos quais estão expostos mas não usam EPI mesmo acreditando que sejam tóxicos. Notou-se que aquisição de conhecimentos não resulta, necessariamente, em mudanças de comportamento, uma vez que o conhecimento não se traduz em atitudes e práticas preventivas adequadas, ressaltando-se a necessidade de campanhas de conscientização quanto à toxicidade e aos riscos ambientais, capacitação de profissionais e política fiscalizatória contra a venda indiscriminada.

Referência(s)