Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Vulnerabilidade Estrutural da Venezuela e os Impactos ao Entorno Estratégico Sul-Americano

2019; Volume: 25; Issue: 1 Linguagem: Português

10.21544/1809-3191.v25n1.p226-252

ISSN

2359-3075

Autores

Fernanda Delgado de Jesus, João Victor Marques Cardoso,

Tópico(s)

Politics and Society in Latin America

Resumo

O trabalho analisa geopoliticamente como a vulnerabilidade venezuelana impacta a estabilidade da América do Sul, onde o Brasil desempenha relativo protagonismo. À luz da Teoria do Complexo Regional de Segurança (TCRS), parte-se da hipótese de que tal vulnerabilidade afeta o espaço sul-americano, pois a segurança dos atores estatais seria interdependente em um complexo. De um lado, a vulnerabilidade é explicada mediante a dimensão estrutural das reservas de hidrocarbonetos. Por outro, os impactos à estabilidade sul-americana tangenciam o protagonismo brasileiro por meio dos seguintes vetores: geopolítica da energia, comercial-financeiro, fluxo migratório e integração regional. Tal modelo analítico verifica que a paralisia de mecanismos regionais à crise venezuelana segue a lógica de construção de padrões de amizade/inimizade, baseados na cláusula democrática que sustenta os processos de integração regional. A formação desses padrões, segundo a TCRS, se alinha via mecanismo de penetração a potências externas, harmonizando-se a segurança regional e a global. A criação do Grupo de Lima e o esvaziamento dos organismos regionais, que, com efeito, isolam a crise venezuelana e desafiam o protagonismo do Brasil, são fenômenos que caracterizam os padrões de amizade/inimizade em curso, alinhados às identidades e interesses promovidos pela potência externa hegemônica e a ordem internacional por ela protegida.

Referência(s)