Sobre legitimidade, produtividade e imprevisibilidade: seletividade policial e a reprodução da ordem social no plano de uma certa “política do cotidiano”
2015; Volume: 17; Issue: 2 Linguagem: Português
10.22409/conflu17i2.p20268
ISSN2318-4558
Autores Tópico(s)Youth, Drugs, and Violence
ResumoO presente artigo analisa a categoria “faro policial” como uma “política do cotidiano”, sua construção, operação e os modos complexos pelos quais ela pode exercer influência sobre a distribuição, manutenção ou transferência do poder. No Brasil, a ideia de “Estado” suscita um imaginário político tutelar e autoritário. A despeito de seu caráter desencarnado das práticas sociais, é com base nas ideias de “ordem” e “interesse público” que o “Estado” e seus operadores buscam legitimar as suas ações, construindo o fundamento retórico de sua autoridade. O cotidiano dos processos concretos de tomada de decisão operam segundo outras moralidades. A análise da categoria nativa “faro policial” é central para conhecermos as motivações alegadas por policiais militares do Rio de Janeiro, no exercício do policiamento ostensivo. O desenvolvimento de um “faro” apurado é a forma como esses policiais decidem materializar suas suspeições em um determinado percurso de ação.
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