Zola in Rio de Janeiro: The Production of Space in Aluísio Azevedo's "O Cortiço"
2010; Modern Humanities Research Association; Volume: 26; Issue: 2 Linguagem: Português
10.1353/port.2010.0005
ISSN2222-4270
Autores Tópico(s)Social and Economic Solidarity
ResumoThis article focuses on spatial relations and practices in Aluisio Azevedo's O Cortiço (1890). Critics have been for the most part reluctant to accept that Azevedo was attempting to make clear political claims through his novel. His fate has not been, in this sense, very different from that of his French model, Emile Zola. Marxist criticism has been especially remarkable for its outright rejection of naturalism's negative analyses of capitalism, particularly following Lukács's critique of Zola's 'excessive' use of descriptions in his novel. My contention is that it is precisely because Azevedo assigned a central role to space in his novel (and not in spite of it) that he strengthened his analysis of the profound inequalities inherent in the modernizing of Brazilian society in the aftermath of the Republic. The main lesson Azevedo seems to have learned from his French Master, then (apart, of course, from specific situations and certain similar characters), was the critique of the dominant economic and social order of his time, which is done, in both authors, through a rupture with what Schor called the 'hegemony of the French psychological novel'. O tema deste artigo são as relações e práticas espaciais no romance O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, autor que, para a maioria dos críticos, nunca demonstrou capacidade de análise social profunda em seus romances. A recepção de Aluísio, nesse sentido, não difere muito da de seu modelo, o francês Émile Zola. A crítica marxista, particularmente, tem se caracterizado por uma grande antipatia pelas análises de autores naturalistas sobre o sistema capitalista, especialmente após a publicação dos ensaios de Lukács sobre o 'excesso' de descrições nos romances de Zola. O que pretendo demonstrar neste trabalho é que é precisamente graças à posição central que o espaço ocupa em O Cortiço, e não apesar dessa centralidade, que Aluísio logrou, a meu ver, uma análise bastante competente, das profundas desigualdades sociais inerentes ao processo de modernização do Brasil na época da proclamação da República. A principal lição que Aluísio parece ter aprendido do seu mestre francês (além, é claro, de certas situações específicas e personagens semelhantes) foi a crítica da ordem económica e social do seu tempo, que se faz, em ambos os autores, pela ruptura com o que Schor denominou a 'hegemonia do romance psicológico francês'.
Referência(s)