Artigo Acesso aberto Produção Nacional

A COBERTURA MIDIÁTICA DOS JOGOS PARALÍMPICOS DE LONDRES/2012 NO PORTAL GLOBOESPORTE.COM

2018; UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA; Volume: 26; Issue: 2 Linguagem: Português

10.31501/rbcm.v26i2.8700

ISSN

2237-9002

Autores

Bianca Natália Poffo, André Guths Kugler, Amanda Paola Velasco De Oliveira, Doralice Lange de Souza,

Tópico(s)

Inclusion and Disability in Education and Sport

Resumo

Este trabalho teve como objetivo analisar características da cobertura dos Jogos Paralímpicos de Londres/2012 no portal de notícias globoesporte.com, tendo como foco as seguintes características/categorias apontadas pela literatura como problemáticas e recorrentes na mídia: (1) vitimização/supercrip – quando as notícias enfatizam histórias de tragédias e dificuldades relacionadas com as deficiências e de superação das mesmas por parte dos atletas, tratando-os como super-heróis; (2) infantilização – quando as notícias tratam os desportistas como se fossem crianças; e (3) trivialização – quando as narrativas e ilustrações se centram em situações não esportivas. As categorias vitimização/supercrip e infantilização são problemáticas, pois tendem a reproduzir estigmas relacionados às pessoas com deficiência. Já narrativas que enfocam informações triviais não relacionadas ao esporte desperdiçam o pouco espaço que o esporte paralímpico ocupa na mídia para a promoção de uma cultura mais qualificada acerca do esporte paraolímpico. A pesquisa foi de cunho quanti-qualitativo e exploratório e teve como fonte o portal globoesporte.com. Encontramos 254 notícias tratando diretamente das Paralimpíadas de Londres/2012 e que foram publicadas durante a realização dos Jogos. Destas, 39 se encaixaram na categoria vitimização/supercrip. Sete matérias supostamente se enquadrariam no que a literatura internacional chamaria de “infantilização”. Verificamos, no entanto, que a intenção de nenhuma das notícias foi a de tratar os atletas como crianças. Localizamos 20 matérias que enfocaram em primeiro plano assuntos tais como a aparência, vida pessoal e profissão dos atletas, e não os feitos esportivos dos mesmos. Embora o número de notícias categorizadas não tenha sido quantitativamente significativa quando comparada com o número total de matérias publicadas, percebe-se a necessidade de uma maior qualificação da mídia esportiva para tratar do esporte paralímpico e dos atletas paralímpicos, enfocando menos nas suas deficiências e dificuldades e mais em suas habilidades e capacidades esportivas.

Referência(s)