
EDITORIAL
2019; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ; Volume: 11; Issue: 2 Linguagem: Português
10.4025/geoinga.v11i2.51466
ISSN2175-862X
AutoresPedro Henrique Carnevalli Fernandes, Ângela Maria Endlich,
Tópico(s)Geography and Environmental Studies
ResumoCaríssimos(as) leitores(as). A Geoingá: Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PGE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) apresenta a publicação do segundo número do décimo primeiro volume. Ainda que em tempos tão turbulentos para a universidade, a pesquisa e sua difusão científica, prosseguimos com a publicação da Revista Geoingá. Além do cenário político e econômico dos últimos tempos, tivemos outras mudanças no âmbito da publicação da Geoingá e de demais revistas vinculadas à plataforma de periódicos da Universidade Estadual de Maringá que tem nos exigido adaptações: - A plataforma passou a ser única, pois ela havia sido dividida em gestão anterior. Com isso, tivemos oscilações com os links da revista, que finalmente temos estabilizado. - O sistema migrou para OJS (Open Journal System) - versão 3, o que exige ajustes e melhorias ainda em curso, pois sabemos que as possibilidades disponibilizadas no sistema ainda podem ser melhor e convenientemente exploradas. Além disso, estamos procurando providenciar outros procedimentos e cuidados para aprimorar a revista, como viabilizar o DOI dos seus artigos, que pretendemos implantar nos próximos números. Nesse contexto, cada número que conseguimos publicar juntamente com autores, pareceristas e demais colaboradores da revista, é algo a ser celebrado. Este número, que sai as vésperas das festas natalinas traz juntamente com os agradecimentos a todos; o nosso brinde com doses de estímulo para não esperemos pela melhoria do mundo, mas que trabalhemos por ela. As publicações com a difusão de nossos trabalhos são pequenas luzinhas que sinalizam para isso. A seção de artigos proporciona estudos relevantes acerca da Geografia, em diferentes abordagens, procedimentos e perspectivas, permitindo vislumbrar avanços na compreensão acerca do espaço geográfico. Contamos, também, com a nossa Conversa na sala do café. No primeiro artigo, Ferreira apresenta uma metodologia para mapear o acesso da população residente em áreas de vulnerabilidade social a equipamentos públicos de interesse social no município de Belo Horizonte (MG). Os resultados mostram que são reduzidas as áreas da cidade com cobertura adequada dos tipos de equipamentos selecionados pelo autor (1,5% da área total do município). Borsato e Massoquim, no segundo artigo, qualificam a participação dos Complexos Convectivos de Mesoescala (CCM) nos estados do tempo meteorológico para a região de Campo Mourão (PR), associando-os às massas de ar, a fim de verificar em quais delas os CCM são mais frequentes. Os resultados indicam que os CCM no sul do continente são mais frequentes em anos de manifestação do El Niño, nos quais as chuvas também se ampliaram. Na sequência, Silva e Fernandes, discorrem acerca da questão socioeconômica no município de Nova América da Colina, no Norte Pioneiro do Paraná, sobretudo a partir da grave crise econômica de uma destilaria, que desde a sua instalação concentrava grande parcela da significância socioeconômica da localidade. Os resultados revelam que diante das demissões, os empregos e as rendas não existem mais, gerando uma avalanche de problemas socioeconômicos, como desemprego e fechamento de comércios e serviços. No quarto artigo, de Musatto e Saquet, analisam os circuitos curtos de comercialização de alimentos para consumo humano dinamizados por agricultores camponeses de Francisco Beltrão (PR), a partir das feiras livres onde se vendem produtos agroecológicos. Os principais resultados evidenciam a certificação participativa feita pela Rede Ecovida de Agroecologia e as dificuldades encontradas no consumo realizado nas feiras estudadas. Em seguida, Vazquez e Endlich, discorrem sobre o debate de como tratar o tempo na Geografia, buscando trazer o assunto para os proponentes de pesquisas, sem pretender realizar uma abordagem que se aplique a todas as pesquisas, mas de aportar algumas contribuições e reflexões. As possibilidades mostram a existência de diversos níveis de profundidade na consideração do tempo e derivam em exemplos e sugestões sobre os processos de recortá-lo, além de abordar o tratamento de tempos múltiplos e as aproximações aos espaços-tempo vividos. Já Miceli, no sexto artigo, propõe revelar um processo de exclusão escolar no espaço geográfico do antigo Estado do Rio de Janeiro, que contava com apenas duas instituições públicas de ensino secundário. Os resultados mostram que esse processo histórico-geográfico pode ser espacialmente analisado, além de supor que a exclusão escolar é, também, uma exclusão socioespacial. O sétimo artigo, de Feü, Grané Raheb e Diez Tetamanti, apresenta o trabalho realizado na Comuna Rural Lago Blanco, localizada no sudoeste da província de Chubut, Patagônia, Argentina. É produto de um projeto de pesquisa em Ciência e Tecnologia, cujo objetivo principal era analisar estratégias e dispositivos, estaduais e comunitários, no marco dos cenários de isolamento e integração, e como estes contribuem para os processos de desenvolvimento territorial em pequenas cidades e áreas rurais dispersas no sudoeste da província de Chubut. O resultado do processo é uma produção conjunta de novas categorias adaptadas aos contextos daqueles que habitam os territórios em questão, a partir dos quais foram feitas uma série de conclusões que expõem a importância de gerar políticas públicas e planos de ação com a participação efetiva de quem habita diariamente os espaços. Por fim, Oliveira e Fernandes, analisam a abordagem dos conteúdos de Geografia Física nos livros didáticos de Geografia do Ensino Fundamental II utilizados pelas escolas da rede pública de ensino de Cornélio Procópio-PR. Como resultado, as autoras verificaram que prevaleceu a abordagem tradicional dos temas físicos da Geografia, voltada para a dinâmica da natureza, com enfoque na descrição do quadro natural, nos processos físico-naturais e no tempo geológico, com fraca ou inexistente ligação com a sociedade e as derivações ambientais. A seção Conversa na sala do café apresenta sua quinta entrevista. Nesta edição, o Prof. Me. Estevão Pastori Garbin entrevistou a Prof. Dr. João Lima San’Anna Neto, docente do Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Presidente Prudente. Desejamos que este número da Revista Geoingá promova inquietações e reflexões acerca do espaço geográfico. Boa leitura! Maringá (PR), 16 de dezembro de 2019.
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