
Apresentação
2008; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 26; Issue: 2 Linguagem: Português
10.5007/12130
ISSN2175-795X
Autores Resumoaos educadores brasileiros.Estamos quase no final da primeira década do século XXI e não vimos mudanças substantivas na área da Educação.A ênfase nas avaliações de desempenho, na consecução de metas, na comparação de indicadores e a busca da gestão eficaz parece se sobrepor à discussão da função social da escola e de seus limites e possibilidades numa sociedade de classes.Muitos projetos são apontados como continuidade das políticas entre os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso (FHC).Contudo, compreender como governos com programas distintos e algumas propostas antagônicas desenvolvem ações e programas semelhantes requer uma abordagem mais ampla que contemple suas múltiplas determinações, os interesses em disputa, o papel dos organismos multilaterais na formulação de políticas públicas regionais e nacionais.Certamente há a presença de interesses econômicos que apostam em uma homogeneização da política nos vários países, interesses que afirmam um processo de "globalização das políticas educacionais" para a qual a "globalização econômica" provê a racionalidade.Na contracorrente dessa perspectiva, acreditamos que não podemos passar ao largo das questões econômicas e da situação de dependência ao capital internacional de um país periférico, como é o caso do Brasil.Também não fazemos coro às teses ancoradas no determinismo tecnológico.Entendemos que as noções de "empregabilidade", "primazia das demandas do mercado", "competências", "competitividade global", "flexibilidade", "reconversão" e "profissionalização" foram largamente utilizadas para justificar as transformações produtivas, a Reforma do Estado e, por conseguinte, as reformas no campo educacional.Dessa matriz derivaram explicações e prescrições padronizadas como a do "protagonismo docente responsável", precedidas de uma argumentação linear: "a educação precisa ser reconvertida, o educador profissionalizado, o sistema de ensino gerenciado eficazmente".Um vocabulário comum é utilizado para disseminar novas referências universais e explicar de modo similar as reformas que geram impactos muitos distintos em diferentes regiões do globo.Os slogans e eufemismos não têm, entretanto, o condão de obscurecer as implicações e os
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