
MEMÓRIA FEITA DE RETALHOS: SUBJETIVIDADE EM CRISE E VIDA CULTURAL NA BELLE ÉPOQUE
1969; Associação Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica (BIOgraph); Volume: 1; Issue: 2 Linguagem: Português
10.31892/rbpab2525-426x.2016.v1.n2.p211-223
ISSN2525-426X
AutoresCarmem Lúcia Negreiros de Figueiredo,
Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoO artigo apresenta os resultados parciais do estudo e pesquisa sobre Retalhos, do escritor brasileiro Lima Barreto (1881-1922), concentrando-se nas anotações e colagens relativas aos anos de 1900 a 1905. Publicado parcialmente sob o título de Diário Íntimo, seu conteúdo foi organizado em sucessão cronológica e linear, diversa da organização originalmente feita pelo escritor. Retalhos é o nome dado por Lima Barreto ao conjunto de recortes e colagens de fragmentos de jornais, observações do cotidiano e folhas de livros versando sobre críticas literárias, mesclados a anotações de ordem pessoal. Nesta leitura do diário feito de ‘retalhos’, discutem-se aspectos da intensificação da vida moderna e da subjetividade em crise, quer no método de observação e registro, quer na configuração do sujeito que coleciona recortes de jornais para, com eles, narrar a si mesmo. Sugere-se também um pouco do olhar do colecionador que busca reconhecer nas citações, recortes e comentários, um sistema de canalizações subterrâneas das heranças culturais e as redes da memória coletiva. Isto porque Retalhos apresenta simultaneamente o questionamento acerca da subjetividade em crise e um panorama multifacetado de reflexões e acontecimentos que marcaram as primeiras décadas do século XX, na Belle Époque brasileira.
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