Acompanhamento farmacoterapêutico de pacientes em uso de polimedicamentos na região do ABC Paulista
2020; Volume: 4; Issue: s.1 Linguagem: Português
10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.11
ISSN2525-7323
AutoresFelipe De Lara Janz, Jhonatan Freitas de Souza, Milena Fernandes dos Santos,
Tópico(s)Youth, Drugs, and Violence
ResumoIntrodução: No final dos anos 80, surgiu nos EUA um novo modelo de assistência denominado pharmaceutical care, com o intuito de orientar e estender a atuação do profissional farmacêutico para as ações de atenção em saúde tendo o medicamento como insumo estratégico. Quase ao mesmo tempo, surgiu na Espanha o termo atención farmacéutica, que fora adotado no Brasil. Segundo a Organização Pan Americana da Saúde, a atenção farmacêutica pode ser definida como a prática profissional que visa beneficiar o paciente através do uso racional de medicamentos proporcionando-lhe qualidade de vida através das ações do farmacêutico. Em nossa sociedade muitos pacientes fazem uso de várias medicações concomitantemente em uma prática denominada de uso de polimedicamentos. Esta ação favorece o aparecimento de problemas relacionados aos medicamentos (PRMs) e cabe ao farmacêutico atuar a fim de minimizá-los ou extingui-los. Objetivos: acompanhar pacientes em uso de polimedicamentos na região do ABC paulista a fim de detectar e solucionar possíveis PRMs. Métodos: realizou-se um estudo quali-quantitativo do tipo pesquisa-ação. Utilizamos como referência de acompanhamento farmacoterapêutico o Método Dáder de Atenção Farmacêutica. Empreendeu-se a aplicação de questionários aos pacientes em uso de polimedicamentos os quais contavam com questões sobre sexo, idade, peso, altura, atividade física e escolaridade e relacionadas à farmacoterapia. Resultados: houve a participação de 12 pacientes (58,33% masculinos e 41,67% femininos) que faziam uso de polimedicamentos. Metade dos pacientes (50%) encontrou-se na faixa de 26 – 50 anos, 25% entre 18 – 25 anos e 25% entre 51 – 75 anos. Cálculos do IMC mostraram que metade dos pacientes estava com sobrepeso. 33,33% estavam na faixa de magreza/ normalidade e 16,67% foram classificados como obesos. Quanto à escolaridade, a maioria dos pacientes (66,68%) estudou até o nível fundamental. Observou-se que 66,66% dos entrevistados não realizavam atividade física. O armazenamento dos medicamentos foi feito em locais como gavetas, armários e geladeiras em diferentes ambientes da residência dos pacientes. Os dados farmacoterapêuticos demostraram o uso de polimedicamentos; a principal fonte de orientação sobre medicamentos é o profissional médico (66,66%) e 75% dos entrevistados fazem automedicação. Os PRMs foram detectados em 33,33% dos pacientes. O PRM mais frequente foi o PRM 1 (60%) que representa a não utilização do medicamento necessário. Os PRMs 2 e 6, 20% cada, também foram encontrados. Conclusão: pacientes em uso de polimedicamentos apresentam PRMs, sobretudo os PRMs 1, 2 e 6. Muitos destes PRMs estão ligados à automedicação. O acompanhamento farmacoterapêutico, bem como o método Dáder são ferramentas importantes para o uso correto dos medicamentos e diminuição da automedicação. Trata-se de uma função indispensável do profissional farmacêutico que possibilita uma melhora na qualidade da saúde pública.
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