Artigo Acesso aberto

Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica para cálculos no ducto biliar comum: overview de revisões sistemáticas e estudos econômicos

2020; Volume: 4; Issue: s.1 Linguagem: Português

10.22563/2525-7323.2019.v4.s1.p.52

ISSN

2525-7323

Autores

André Soares Santos, Ananda Jéssyla Felix Oliveira, José Luiz Dos Santos Nogueira, Kenya Valéria Micaela De Souza Noronha, Mônica Viégas Andrade,

Tópico(s)

Gallbladder and Bile Duct Disorders

Resumo

Introdução: A coledocolitíase, cálculos no ducto biliar comum (DBC), está presente em 5 a 20% dos pacientes que possuem colelitíase. O tratamento envolve a remoção da vesícula biliar, através de cirurgia, assim como a remoção dos cálculos desse ducto. A colecistectomia laparoscópica (CL) é a intervenção de escolha para a remoção da vesícula biliar na maioria dos casos. Os cálculos do DBC são retirados principalmente por colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) ou exploração laparoscópica do ducto biliar comum (ELDBC). OBJETIVO: Avaliar a eficácia, segurança e custo-efetividade da CL+CPRE comparada à CL+ELDBC para colelitíase associada à coledocolitíase. Métodos: Foi realizada uma busca eletrônica nas bases de dados Medline, Cochrane Library, Lilacs e Center for Reviews and Dissemination por revisões sistemáticas e estudos econômicos que reportassem dados sobre a comparação entre a CPRE e a ELDBC em pacientes com coledocolitíase. Uma busca complementar foi realizada nas referências dos estudos incluídos, periódicos, resumos de congresso e Google Acadêmico. A seleção e coleta dos dados foi realizada por dois pesquisadores independentes. Além da síntese qualitativa, uma ressíntese quantitativa para os desfechos primários foi conduzida em Review Manager® 5.3 utilizando um modelo de efeitos randômicos. As metanálises que tiveram I2<30% foram avaliadas por um modelo de efeitos fixos também. Resultados: Foram incluídos 15 estudos (9 revisões sistemáticas e 6 estudos econômicos). Não foi demonstrada diferença estatisticamente significativa entre a CL+CPRE e a CL+ELDBC em termos de remoção dos cálculos do colédoco (88,5% vs. 92,8%; RR=0,97, valor-p=0,08; N=1.881), morbidade pós- -operatória (14,1% vs. 13,8%; RR=0,98, valor-p=0,88; N=1.469), mortalidade (0,8% vs. 0,2%; RR=2,13, valor-p=0,33; N=1.471), cálculos retidos (7,3% vs. 5,8%; RR=1,17, valor-p=0,40; N=1.731), conversão para outros procedimentos (8,7% vs. 6,7%; RR=1,20, valor- -p=0,55; N=1.287), duração do procedimento (MD=10,91, valor-p=0,61; N=717) ou tempo de hospitalização (MD=1,31, valor-p=0,10; N=757). Na avaliação dos modelos de efeitos fixos, não foi observada diferença significativa entre a CL+CPRE e a CL+ELDBC em termos de morbidade pós-operatória (RR=1,02, IC95%=0,80 a 1,31, valor-p=0,87), mortalidade (RR=2,13, IC95%=0,46 a 9,90, valor-p=0,33) e cálculos retidos (RR=1,17, IC95%=0,81 a 1,69, valor-p=0,40). A literatura de custo-efetividade é dividida. Dois dos estudos incluídos favorecem à ELDBC e dois favorecem a CPRE. Dois estudos têm Resultados: que dependem do limiar de custo-efetividade do prestador. Conclusão: Não é possível tecer conclusões finais sobre a superioridade da ELDBC sobre a CPRE ou vice-versa para remoção de cálculos no colédoco. Os dados apresentados sugerem que as intervenções são comparáveis em desfechos clínicos. Os desfechos econômicos são muito variáveis quanto à localidade, contexto e técnica.

Referência(s)