Análises de revistas
1945; Thieme Medical Publishers (Germany); Volume: 3; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0004-282x1945000300015
ISSN1678-4227
Tópico(s)Journalism and Media Studies
ResumoNa coréia, os núcleos da base e o córtex são acometidos conjuntamente.Nesse caso, como explicar a hipercinesia?O presente trabalho procura esclarecer a síndrome sob um ponto de vista fisiológico.Ofereceu-se ao A. a rara oportunidade de estudar um cão com encefalite, apresentando movimentos involuntários.Êstes se observavam no pescoço (movimentos de flexão e extensão, na freqüência de 28 por minuto), nos músculos abdominais (sincrônicos com os da cabeça) e na parte distai da perna trazeira esquerda (com freqüência de 120 por minuto, persistindo durante o sono, embora muito diminuídos, e desaparecendo pela anestesia).Ao exame, verificava-se certo déficit motor com discreta rigidez na perna afetada; as outras funções conservavam-se normais.Sacrificado o animal, exposto o cérebro, foi excitada elètricamente a região medial do giro sigmóide posterior direito, obtendo-se um movimento clônico da perna trazeira esquerda; a excitabilidade cortical estava bastante diminuída.O estudo histológico revelou alterações vasculares extensas, tendo-se encontrado focos de lesões encefalíticas: um na porção anterior do putamen esquerdo; outro no córtex insular direito, estendendo-se para o putamen e o claustro; o terceiro na circunvolução sigmóide posterior direita (área corticomotora da perna trazeira contralateral).O caudado e outros núcleos extrapiramidais estavam íntegros.O A. acredita que os movimentos coréicos da perna esquerda eram devidos à combinação de lesões do córtex motor e do putamen direitos.Os membros ipsilaterais à lesão cortical não apresentavam hipercinesias, embora houvesse lesão bilateral do estriado.Kennard e Fulton produziram tremor e movimentos coréicos em macacos por meio da ablação combinada dos núcleos da base e das áreas motoras e pré-motoras.Êsses movimentos não podiam ser provocados pela remoção isolada dos núcleos da base ou quando a esta se combinavam lesões corticais não atingindo as áreas 4 e 6. Nas lesões combinadas, os movimentos coréicos só eram bem nítidos quando havia extenso comprometimento do putamen.São lembradas as experiências de estricnização demonstrativas de que as projeções corticostriadas da área 4 só se dirigem ao putamen; o A. julga que a topografia sornatotópica no putamen é aparente e que a localização dos movimentos coréicos se deve mais à situação da lesão cortical do que à da subcortical.Os movimentos involuntários não aparecem em casos de completa paralisia da motricidade voluntária; a coréia deve resultar de distúrbios no mecanismo motor corticostriado e não da perd?. de qualquer função motora.O A. considera que a rotura do sistema transcortical de associação na sexta camada do córtex cerebral pode afetar o efeito inibitório das áreas supressoras anteriores sôbre os centros motores corticais.
Referência(s)