
UMA MODERNIDADE ALTERNATIVA?
2020; UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA; Volume: 3; Issue: 5 Linguagem: Português
10.38090/recs.2595-9980.2020.v3.n5.40-58
ISSN2595-9980
AutoresInácio de Carvalho Dias de Andrade,
Tópico(s)Global Maritime and Colonial Histories
ResumoO artigo analisa a (re)produção da ideia de raça na urbanização de Lourenço Marques durante o período tardo-colonial. Na atual Maputo, seguidos projetos de urbanização buscaram dar materialidade a uma moderna nação ultramarina portuguesa ao mesmo tempo em que tentaram solucionar o problema da mão de obra autóctone. Assim, a capital moçambicana foi edificada a partir de diferentes percepções acerca de modernidade, de trabalho e de raça, que buscavam imprimir, ao cenário urbano laurentino, os grandes motes da colonização lusitana. Assim, o celebrado movimento de arquitetura moderna de Moçambique nasceu em meio a um dilema: como projetar uma cidade moderna, humanista e igualitária no bojo do violento governo colonial português? Embora esse impasse não tenha sido necessariamente resolvido (e tenha sido muitas vezes ignorado), o legado da geração modernista em Lourenço Marques ainda é bastante perceptível nos edifícios e avenidas da capital e nos dão pista para compreender a produção da ideia de raça no império colonial português.
Referência(s)