
Desigualdades sociais e pobreza na Região Metropolitana de Salvador: um estudo sobre a economia popular e solidária como mecanismo de erradicação.
2018; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA; Issue: 20 Linguagem: Português
10.13102/semic.v0i20.3241
ISSN2595-0339
Autores Tópico(s)Rural Development and Agriculture
ResumoDurante o período de pós-industrialização na década de 90 as economias periféricas observaram distintas mudanças nos processos de produção e no mercado de trabalho, reflexos do fenômeno da globalização e mundialização do capital. De acordo com Assis (2007) “a globalização surge como um processo de aprofundamento da integração econômica, social, político, cultural e de barateamento dos custos de transporte e comunicação entre os países do mundo no século XX”. Em se tratando de um mecanismo que visa eliminar as barreiras impostas pelas fronteiras naturais, a globalização em si, tinha o papel de interligar os países promovendo uma maior integração e comunicação entre os mesmos. No entanto, em que pese os aspectos negativos destaca-se que houve um relativo distanciamento entre as economias, alargando as disparidades socioeconômicas e exacerbando a relação centro-periféria que em sua totalidade se expressa em uma nova divisão internacional do trabalho.Analisando os efeitos deste processo sobre a economia brasileira observou-se que no final da década de 80, o cenário conjuntural interno sofreu algumas transformações, devido, as várias mudanças ocorridas no campo macroeconômico consequência de um litigioso processo de abertura financeira e comercial do país. Segundo a reflexão dos autores Ribeiro e Oliveira (2006) sobre o Brasil destaca-se que o modelo de substituição das importações, que havia sido adotado após a II Guerra Mundial, na qual mantinha sua economia protegida, seria abandonado dando origem a um regime mais aberto do ponto vista, financeiro, comercial e de investimentos diretos. Assim com a redução da intervenção estatal em alguns setores econômicos devido à financerização da economia imposta pelo Consenso de Washington com uso do “Estado mínimo”, tem- se que os segmentos que dependiam deste apoio vão sofrer fortemente com a competitividade externa e a falta de subsídios.Ao refletir sobre esta situação no âmbito regional observa-se que a Bahia não foge a regra, descrendo as características negativas dinamizadas pela economia brasileira ao longo deste processo. Todavia, é importante ressaltar que a Bahia, já, havia iniciado o seu processo de industrialização no período fugindo do enigma baiano1. No entanto, não conseguiu reduzir os seus níveis de concentração produtivo na RMS, dado a falta de capacidade da industrial local de gerar um efeito multiplicador sobre a produção e tão pouco aumentou o seu nível de desenvolvimento ao longo dos anos, reservando para a população local um estrema carência de renda e elevadas taxas de desemprego.È diante deste ambiente que as ideias do cooperativismo se dinamizam na região fazendo surgir os empreendimentos de economia popular solidária que segundo os dados da Senaes nos anos de 2009 á 2013 contabilizou-se um total de 14.452 empreendimentos solidários na Bahia. Assim destaca-se que o objetivo principal do trabalho foi de verificar qual o efeito promovido pela economia popular e solidária no sentido de aumentar a inclusão socioprodutiva do trabalhador soteropolitano e na redução dos níveis de pobreza2. Sendo importante destacar que os intentos iniciais foram de analisar o processo de inserção do cooperativismo na Bahia, verificando o contexto de formação industrial e o aparecimento desta nova economia diante das defasagens apresentadas pela pouca produtividade da industrialização local no sentido de garantir renda e trabalho de forma sustentada.
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