Vesuvianita Violeta Gemológica do Skarn de Umbuzeiro Doce, Província Sheelitífera da Borborema, NE do Brasil
2014; Volume: 24; Issue: 1 Linguagem: Português
10.18190/1980-8208/estudosgeologicos.v24n1p31-41
ISSN1980-8208
AutoresAna Cláudia Mousinho Ferreira, Dwight Rodrigues Soares, R. J. S. Lima, José Suassuna Filho, José Aderaldo de Medeiros Ferreira,
Tópico(s)Iron oxide chemistry and applications
ResumoO skarn de Umbuzeiro Doce está localizado na localidade de São Gonçalo, município de Santa Luzia, Estado da Paraíba, na Província Scheelitífera da Borborema, região do Seridó. Trata-se de uma pequena lente scheelitífera orientada segundo a direção NE-SW, com mergulho médio de 60° para NW e encaixada na parte intermediária de uma camada de mármore branco, contendo em ordem decrescente de percentual modal calcita, granada, vesuvianita, epídoto, diopsídio, actinolita, scheelita, flogopita e magnetita. A vesuvianita violeta ocorreu em uma dessas lentes, em uma pequena mancha anômala com área total de aproximadamente 5 m2, com contorno irregular e recortada por fraturas verticais. Esta mancha é considerada como tendo se formado como o resultado do aporte de soluções hidrotermais tardias motivando a aceleração de processos metassomáticos de substituição, que, entre outros fatores, transformaram a vesuvianita de cor mais típica na região, verde lodo, para cristais violetas, muitos deles com cobertura superficial amarela. Os resultados de difração de raios-x e refinamento Rietveld indicam a presença da fase única da vesuvianita (Ca19MgFe2Al10Si18O70(OH)8), com simetria tetragonal e grupo espacial P4/nnc. Os resultados obtidos por refinamento Rietveld exibem os seguintes parâmetros de célula unitária: a=b=15,484 Å, c=11,768 Å, α=β=γ=90°, volume=2.821,513 (Å)3 e densidade calculada 3,439 g/cm3. Apresentam índice de refração ε=1,620, e w=1,640 e sua cor é proveniente do Cr3+, com alguma contribuição do Fe2+. As vesuvianitas violetas de Umbuzeiro Doce são atrativas quando apresentadas em cristais isolados ou em amostras minerais. As gemas quando lapidadas, adquirem tons lilás suaves, além disso, pelo pouco que produziu e por não existir mais a fonte portadora, não pode ser incluída no grupo das gemas de uso corrente em joalheria, sendo restritas ao grupo de gemas raras, de interesse para pesquisadores e colecionadores.
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