Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Entre palavras e objetos: Cultura material e Abolicionismo no Vale do Paraopeba/MG (1840-1888)

2017; UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA; Volume: 10; Issue: 20 Linguagem: Português

10.5433/1984-3356.2017v10n20p717

ISSN

1984-3356

Autores

Cláudia Eliane P. Marques Martinez,

Tópico(s)

Urban Development and Societal Issues

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar a cultura material do professor de primeiras letras, advogado, solicitador de capelas e resíduos, curador de escravos Manoel Bernardes da Cunha Cassão, falecido em 1877, na cidade de Bonfim. Com base em seu inventário post-mortem, de um banco de dados composto por 450 documentos cartorários e outras fontes, foi possível descortinar questões pertinentes à oscilação das fortunas, à posse de escravos e terras, a relação entre o interior de Minas Gerais e a Corte do Rio de Janeiro e, principalmente, o significado e a simbologia de possuir alguns artefatos, considerados, na época, sofisticados, exóticos e luxuosos. Para a realização deste trabalho, foi necessário recorrer a alguns pressupostos da História Social e da Micro História. Tendo como referência o conceito de “excepcional normal”, de Edoardo Grendi, problematizou-se, a partir das pistas e vestígios deixados por Cassão, como os objetos e os livros localizados em sua moradia, bem como sua atuação social e política, constituíram, ao mesmo tempo, desvio e regra na sociedade oitocentista.

Referência(s)