
De Luanda para Lisboa: 'o retorno', de Dulce Maria Cardoso, e os restos do império
2018; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE; Volume: 10; Issue: 20 Linguagem: Português
10.22409/abriluff.2018n20a470
ISSN1984-2090
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoDe acordo com quanto analisado por Jacinto do Prado Coelho em Originalidade da literatura portuguesa, o imaginário coletivo lusitano apoiou-se, ao longo dos séculos, numa série de referências provenientes da literatura. A própria historiografia portuguesa, durante muito tempo, constituiu-se tendo como fonte primária a literatura: mitos, memórias, crónicas e relatos de viagem participaram tanto da construção da história oficial pelo poder, quanto daquela que pode ser definida a poética da Nação portuguesa – durante década ao serviço da ideologia imperial propagandeada pelo Estado Novo. No entanto, a partir do ano de 1974, com o fim da ditadura salazarista e da chamada Guerra Colonial, a literatura passou a encenar o momento da perda, o epílogo da longa tradição ultramarina. Passou a interrogar os fantasmas e as fantasias imperiais ̶ retomando a expressão de A. P. Ferreira e M. C. Ribeiro. Tendo, portanto, como ponto de partida a estrita ligação, em Portugal entre literatura, historiografia e imaginário coletivo, com o presente artigo pretendo oferecer uma análise crítica do romance O retorno (2011), de Dulce Maria Cardoso, que vise indagar, questionar os restos do império.---DOI: http://dx.doi.org/10.22409/abriluff.2018n20a470
Referência(s)